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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/63635
Type
ThesisCopyright
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Embargo date
2025-12-31
Sustainable Development Goals
01 Erradicação da pobreza03 Saúde e Bem-Estar
10 Redução das desigualdades
11 Cidades e comunidades sustentáveis
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ANÁLISE DAS DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS NA MORTALIDADE POR NEOPLASIAS NO BRASIL
mortalidade
neoplasia
desenvolvimento socioeconômico
transição epidemiológica
privação regional
privação material
desigualdade em saúde
mortality
neoplasia
socioeconomic development
epidemiological transition
regional deprivation
material deprivation
health inequality
Costa, Ana Cristina de Oliveira | Date Issued:
2024
Advisor
Co-advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz Minas Gerais. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil
Abstract in Portuguese
A expectativa de crescimento da mortalidade por neoplasias no Brasil e no mundo, faz acender um alerta sobre a necessidade de entender como essa condição de saúde se apresenta em diferentes contextos sociais, pois sabe-se que existe uma relação entre o desfecho e as condições socioeconômicas as quais os indivíduos estão expostos. Entre 2000 e 2018, o Brasil vivenciou um crescimento de 89% na mortalidade por todos os tipos de neoplasias em todas as faixas etárias. Contudo, a distribuição da morbimortalidade por neoplasias não se deu de forma homogênea, nem quanto a sua distribuição espacial, nem entre grupos sociais distintos. A heterogeneidade no padrão epidemiológico está vinculada às desigualdades social, regional e de acesso aos bens e serviços de saúde. Quanto a esta última dimensão, são observadas as desigualdades quanto a qualidade da atenção recebida, ao estadiamento da doença no momento do seu diagnóstico, ao acesso oportuno ao tratamento eficaz e ainda quanto às comorbidades presentes durante a neoplasia. Curiosamente, padrões de distribuição contraintuitivos emergem quando se observam neoplasias cuja condição de pobreza e residência em regiões com precária infraestrutura aparecem inversamente correlacionados, como as neoplasias de mama e próstata. Tratam-se de padrões observados em países do norte, indicando a singularidade do padrão epidemiológico brasileiro, onde as doenças infectocontagiosas (remanescentes e emergentes) convivem com doenças crônicas e violências. Identificar a relação entre privação material e mortalidade por neoplasias mais prevalentes entre mulheres e homens: mama, colo do útero e próstata nos anos 2009, 2010 e 2012, na população adulta brasileira, bem como a relação existente entre raça/cor e privação material. Estudo Ecológico Transversal com comparação de múltiplos grupos, com dados de mortalidade por neoplasia específicas (colo do útero, mama e próstata) do período de 2009, 2010 e 2012 da população adulta brasileira (≥ 20 anos), cujos óbitos tenham sido georreferenciados pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS). A variável dependente do estudo foi a mortalidade por neoplasias específicas, e as variáveis independentes foram as sociodemográficas (raça/cor e grupo etário) e o Indice Brasileiro de Privação (IBP), que é uma medida multidimensional de privação relativa composta por indicadores materiais, cujo objetivo é verificar e comparar a privação material. A análise foi dividia em três etapas, sendo a primeira a elaboração de uma revisão de escopo, cujo objetivo foi determinar quais medidas de desigualdades são utilizadas para avaliar o desfecho mortalidade por neoplasias na população adulta brasileira. A segunda etapa foi explorar descritivamente os dados observados, sendo calculada a taxa de mortalidade por cem mil habitantes, utilizando os óbitos padronizados pela população mundial e redistribuídos pelo método bayesiano, estratificados por grupo etário ('20~34', '35~49', '50~69' e '70+') e raça/cor branca composta por indivíduos brancos e amarelos e negra composta por indivíduos pretos e pardos. A terceira etapa foi a modelagem que buscou responder ao objetivo do estudo, utilizando o modelo Binomial Negativo sem inflação de zeros e contendo a interação entre raça/cor e IBP. Um total de 85.903 óbitos por causas específicas foram analisados, sendo mais prevalente a mortalidade por neoplasias de mama. O risco de morte por neoplasia de colo do útero para mulheres negras foi 8,5% maior do que para as mulheres brancas, nos demais sítios neoplásicos a mortalidade foi mais prevalente entre a população branca. Para todas as neoplasias o aumento da idade relacionou-se com o aumento da mortalidade. Houve interação significativa entre raça/cor e IBP para todas as causas e, apenas a mortalidade por neoplasia de colo do útero aumentou com o aumento do IBP, nas demais houve redução, sendo estás menos expressivas entre indivíduos negros. Neste estudo a mortalidade por neoplasias variou entre idade e privação material a depender do sítio. No entanto, é importante destacar que o uso do IBP buscou unificar as diferentes dimensões das desigualdades e oferecer uma resposta mais abrangente a respeito das condições de saúde da população brasileira, por ser uma medida multidimensional.
Abstract
The expected increase in mortality from neoplasms in Brazil and around the world raises awareness about the need to understand how this health condition presents itself in different social contexts, as it is known that there is a relationship between the outcome and the socioeconomic conditions to which individuals are exposed. Between 2000 and 2018, Brazil experienced an 89% increase in mortality from all types of neoplasms in all age groups. However, the distribution of morbidity and mortality due to neoplasms was not homogeneous, neither in terms of its spatial distribution, nor between different social groups. Heterogeneity in the epidemiological pattern is linked to social, regional and access to health goods and services inequalities. Regarding this last dimension, inequalities are observed regarding the quality of care received, the staging of the disease at the time of its diagnosis, timely access to effective treatment and also regarding the comorbidities present during the neoplasia. Interestingly, counterintuitive distribution patterns emerge when we observe neoplasms whose poverty status and residence in regions with poor infrastructure appear inversely correlated, such as breast and prostate neoplasms. These are patterns observed in northern countries, indicating the uniqueness of the Brazilian epidemiological pattern, where infectious diseases (remaining and emerging) coexist with chronic diseases and violence. To identify the relationship between material deprivation and mortality from the most prevalent neoplasms among women and men: breast, cervix and prostate in the years 2009, 2010 and 2012, in the Brazilian adult population, as well as the relationship between race/color and deprivation material. Cross-sectional ecological study with comparison of multiple groups, with mortality data from specific neoplasms (cervix, breast and prostate) from the period 2009, 2010 and 2012 of the Brazilian adult population (≥ 20 years), whose deaths have been georeferenced by the Center for Data and Knowledge Integration for Health (CIDACS). The study's dependent variable was mortality from specific neoplasms, and the independent variables were sociodemographic (race/color and age group) and the Brazilian Deprivation Index (IBP), which is a multidimensional measure of relative deprivation composed of material indicators, whose objective is to verify and compare material deprivation. The analysis was divided into three stages, the first being the elaboration of a scoping review, the objective of which was to determine which measures of inequalities are used to evaluate the outcome of mortality due to neoplasms in the Brazilian adult population. The second stage was to descriptively explore the observed data, calculating the mortality rate per hundred thousand inhabitants, using deaths standardized by the world population and redistributed using the Bayesian method, stratified by age group ('20~34', '35~49' , '50~69' and '70+') and white race/color composed of white and yellow individuals and black race/color composed of black and brown individuals. The third stage was the modeling that sought to respond to the objective of the study, using the Negative Binomial model without zero inflation and containing the interaction between race/color and PPI. A total of 85,903 deaths from specific causes were analyzed, with mortality from breast neoplasms being the most prevalent. The risk of death from cervical cancer for black women was 8.5% higher than for white women; in other neoplastic sites, mortality was more prevalent among the white population. For all neoplasms, increasing age was related to increased mortality. There was a significant interaction between race/color and PPI for all causes and only mortality due to cervical neoplasia increased with the increase in PPI, in the others there was a reduction, being less significant among black individuals. In this study, mortality from neoplasms varied between age and material deprivation depending on the site. However, it is important to highlight that the use of the PPI sought to unify the different dimensions of inequalities and offer a more comprehensive response regarding the health conditions of the Brazilian population, as it is a multidimensional measure.
Keywords in Portuguese
incidênciamortalidade
neoplasia
desenvolvimento socioeconômico
transição epidemiológica
privação regional
privação material
desigualdade em saúde
Keywords
incidencemortality
neoplasia
socioeconomic development
epidemiological transition
regional deprivation
material deprivation
health inequality
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