Percepções sobre os pontos de apoio de uma unidade de saúde do campo no Distrito Federal

Abstract

No Brasil a saúde é considerada um direito fundamental humano garantido na Constituição Federal. As dificuldades enfrentadas pela população do campo são inúmeras, inclusive no acesso às ações e serviços no Sistema Único de Saúde (SUS). A Unidade Básica de Saúde 17 (UBS) localizada no território do Jardim Morumbi, em Planaltina-DF, possui um projeto de implantação dos “pontos de apoio” em cada microárea que compõe o território, os quais funcionam como uma espécie de extensão da UBS que executam ações de promoção, prevenção, educação à saúde, dentre outras. O estudo procurou compreender a percepção dos usuários e trabalhadores de saúde da UBS 17 sobre a criação dos pontos de apoio como estratégia de melhorar o acesso das populações do campo aos serviços de saúde. Para tanto, foi adotada uma metodologia de estudo qualitativo descritivo, tomando os usuários e trabalhadores do território como sujeitos de pesquisa, cuja amostra constou de 15 participantes. Utilizou-se entrevistas, diário de campo e análise de conteúdo como ferramentas de análise. Os principais achados da pesquisa foram que as maiores barreiras ao acesso no território estão relacionadas às de dimensões geográfica e técnica, seguida pela econômica. Quanto ao ponto de apoio, as potencialidades apontadas foram as dimensões geográficas e técnicas, entendidas como facilitador para o contato com a população e para oferta dos serviços. Quanto às dificuldades referentes a dimensão de estrutura física reportadas, elas dialogam com o não reconhecimento da estratégia por parte dos órgãos superiores de saúde. Entende-se que a estratégia dos pontos de apoio tem um grande potencial para suprir as necessidades de atenção e cuidado à saúde, especialmente, das populações do campo. Portanto, é necessário o contínuo rearranjo da rede de cuidados e atenção à saúde para essa população a fim atenuar algumas limitações.