O direito à desconexão do trabalho e a greve sanitária: novas formas de resistência e luta de docentes de universidade pública pela saúde no trabalho em contexto pandêmico

Abstract

O principal objetivo do presente trabalho consiste em analisar a relação entre trabalho, saúde e resistências coletivas e individuais de docentes do ensino superior em contexto de pandemia de Covid-19, com foco no debate sobre o direito à desconexão do trabalho e a greve sanitária. Realizou-se uma pesquisa social de caráter qualitativo, valendo-se de dois procedimentos de pesquisa: análise documental e realização de entrevistas. No que diz respeito à análise documental, foi feito levantamento em base de dados primários, além de levantamento bibliográfico em bases indexadas acadêmicas. Já quanto às entrevistas, valendo-se da técnica da bola de neve, buscou-se entrevistar docentes de universidade pública que tivessem participado de movimento de resistência durante o período de pandemia, de modo a compreender diretamente dos trabalhadores conceitos e outras percepções. Quanto à análise dos dados, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo temática, categorizando-se dois temas principais de interpretação: legislação e sentidos da greve sanitária na perspectiva de professores(as); e o direito à desconexão e as experiências em dar limites ao trabalho. Verificouse que, apesar de a luta dos trabalhadores por ambientes de trabalho menos nocivos em contextos de pandemias ser secular, estamos diante de um movimento conceitualmente ainda em construção no Brasil e no mundo.