Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/64562
OCORRÊNCIA DE COXIELLA BURNETII, BORRELIA BURGDORFERI, RICKÉTTSIAS, TOXOPLASMA GONDII E DIROFILÁRIA IMMITIS EM CÃES SOROPOSITIVOS PARA LEISHMANIA INFANTUM: ASSOCIAÇÃO COM CARGA PARASITÁRIA, ALTERAÇÕES CLÍNICAS E HISTOLÓGICAS DE L. INFANTUM
Leishmania Infantum
Cães
Coinfecção
Reação em Cadeia da Polimerase
Patologia
Zoonoses
Oliveira, Valéria da Costa | Date Issued:
2020
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A leishmaniose visceral (LV) no Brasil é causada pela Leishmania infantum. Esta protozoose causa imunossupressão no hospedeiro e as coinfecções em cães com LV podem agravar a doença. Entretanto, ainda é pouco estudada a associação das coinfecções com carga parasitária, sinais clínicos e alterações histológicas ocasionadas por L. infantum. Portanto, os objetivos desse estudo são avaliar a ocorrência de Coxiella burnetii, Borrelia burgdorferi, rickéttsias, Toxoplasma gondii e Dirofilaria immitis em cães sorologicamente positivos para L. infantum, bem como comparar os sinais clínicos, alterações histológicas e a carga parasitária de L. infantum em cães coinfectados com a dos monoinfectados por L. infantum. Com essa finalidade, foi realizado um estudo retrospectivo e um estudo prospectivo em cães sorologicamente positivos para L. infantum. No estudo retrospectivo, foram estudadas amostras de soro, fragmentos de baço, pele e medula óssea emblocados em parafina e fragmentos de baço congelados de 34 cães. No estudo prospectivo, 66 cães foram submetidos ao exame clínico, coleta de soro, punção aspirativa de medula óssea, seguida da eutanásia e necropsia. Na necropsia, foram coletadas amostras teciduais de pele, baço, fígado, pulmão, válvula tricúspide e mitral, útero e glândula mamária. Essas amostras foram fixadas em formalina tamponada neutra a 10% para realização das técnicas de histopatologia e imuno histoquímica (IHQ) visando a avaliação das alterações histológicas e carga parasitária de L. infantum. Adicionalmente, foi coletado um fragmento de baço para congelamento. Amostras congeladas de baço foram submetidas à técnica de PCR quantitativa (qPCR) para avaliação de carga parasitária de L. infantum entre os cães coinfectados e monoinfectados por esse parasito. Ademais, foram comparados os sinais clínicos entre esses grupos Todas as amostras de soro foram examinadas para detecção de anticorpos anti – T. gondii, anti -Ehrlichia spp., anti Anaplasma spp., anti- B. burgdorferi e de antígenos de D. immitis. Para diagnóstico de C. burnetii, amostras de punção de medula óssea foram submetidas à PCR convencional. Coinfecções foram observadas em 73 cães (73%). Dentre esses, 53 (53%) eram positivos para T. gondii, 46 (46%) para Ehrlichia spp., 16 (16%) para Anaplasma spp., 1 (1%) para D. immitis, e 1(1%) para Dioctophyme renale. Nenhum animal foi positivo para B. burgdorferi ou C. burnetii. Sinais clínicos foram observados em 26 (96,3%) dos cães monoinfectados e em 65 (89,0%) dos cães coinfectados. Na qPCR, a mediana de carga parasitária de L. infantum foi de 7,218 (gEq/ng) nos cães monoinfectados e de 6,335 (gEq/ng) nos cães coifectados (p=0,563). A itensidade de células inflamatórias foi maior nos cães coinfectados comparada à encontrada nos cães monoinfectados nos seguintes tecidos: baço (p=0,031), pulmão (p=0,049) e glândula mamária (p=0,041). Na IHQ, a mediana da carga parasitária da pele dos cães foi de 2,4 nos monoinfectados e de 1,4 nos cães coinfectados (p=0,516). A frequência de parasitismo na IHQ do baço, pulmão e útero foi maior nos cães coinfectados (p > 0.05). A presença de coinfecção em cães infectados por L. infantum não agravaram os sinais clínicos, nem a carga parasitária deste parasito, entretanto, foi associada a alterações histológicas mais graves em alguns tecidos
Abstract
Visceral leishmaniasis (VL) is caused by L. infantum in Brazil. This protozoosis causes immunosuppression in the host and co-infections in dogs with VL can aggravate the disease. However, the association of co-infections with parasitic load, clinical signs and histological changes of L. infantum is still poorly studied. Therefore, the aims of this study are to evaluate the occurrence of Coxiella burnetii, Borrelia burgdorferi, rickettsias, Toxoplasma gondii and Dirofilaria immitis in dogs serologically positive for L. infantum, as well as to compare the clinical signs, histological changes and parasitic load of L. infantum between dogs co-infected and monoinfected by L. infantum. For this purpose, a retrospective and prospective studies were performed in dogs serologically positive for L. infantum. In the retrospective study, serum, paraffin-embedded samples of spleen, skin and bone marrow fragments and frozen fragments of spleen of 34 dogs were studied. In the prospective study, 66 dogs were submitted to clinical examination, serum collection, bone marrow aspiration puncture, followed by euthanasia and necropsy. At necropsy, tissue samples were collected from the skin, spleen, liver, lung, tricuspid and mitral valves, and from uterus and mammary gland. These tissue samples were fixed in 10% neutral buffered formalin for subsequent histopathology and immunohistochemistry (IHC) for evaluation of histological changes and parasitic load of L. infantum. Additionally, a spleen fragment was collected for freezing. Frozen samples of spleen were subjected to the quantitative PCR technique (qPCR) to evaluate L. infantum parasitic load among dogs coinfected and monoinfected by this parasite Additionally, clinical signs were compared between these groups. All serum samples were examined for antibodies anti-T. gondii, anti-Erlichia spp., anti-Anaplasma spp., anti-B. burgdorferi and of D. immitis antigens. For diagnosis of C. burnetii, bone marrow samples were submitted to conventional PCR. Co-infections were observed in 73 dogs (73%). Of these, 53 (53%) were positive for T. gondii, 46 (46%) for Ehrlichia spp., 16 (16%) for Anaplasma spp., 1 (1%) for D. immitis, and 1 (1%) for Dioctophyme renale. No animals were positive for B. burgdorferi or C. burnetii. Clinical signs were observed in 26 (96.3%) of monoinfected dogs and in 65 (89%) of co-infected dogs. In qPCR, the median parasitic load of L. infantum was 7.218 (gEq / ng) in monoinfected dogs and 6.335 (gEq / ng) in co-infected dogs (p = 0.563). The itensity of inflammatory cells was higher in co-infected dogs compared to that found in mono-infected dogs in the following tissues: spleen (p = 0.031), lung (p = 0.049) and mammary gland (p = 0.041). In IHC, the median parasitic load in the skin of dogs was of 2.4 in monoinfected dogs and of 1.4 in co-infected dogs (p = 0.516). The frequency of amastigotes forms of Leishmania spp. detected by IHC in the spleen, lung and uterus was higher in co-infected dogs (p > 0.05). The presence of coinfection in dogs infected by L. infantum did not aggravate the disease or the load of this parasite; however, it was associated with more severe histological changes in some tissues
DeCS
Coxiella burnetiiLeishmania Infantum
Cães
Coinfecção
Reação em Cadeia da Polimerase
Patologia
Zoonoses
Share