Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/64639
SABERES E PRÁTICAS DAS PARTEIRAS INDÍGENAS: POSSIBILIDADES DE INCLUSÃO NA SAÚDE INDÍGENA DO DSEI ALTO RIO SOLIMÕES, AMAZONAS
Silva, Cristiane Ferreira da | Date Issued:
2024
Author
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Leônidas & Maria Deane. Manaus, AM, Brasil.
Abstract in Portuguese
As parteiras tradicionais (PT) são reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como essenciais no acompanhamento de gestantes durante o parto, com base em experiências pessoais e convívio com outras parteiras. No Brasil, principalmente em áreas rurais e indígenas da região Norte, as parteiras tradicionais realizam os partos domiciliares, muitas vezes sem apoio das equipes de saúde. No Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Solimões (DSEI ARS), 52% dos partos são conduzidos por parteiras tradicionais, ressaltando sua importância na saúde materno-infantil. A região enfrenta desafios como mobilidade populacional e dificuldades de acesso aos serviços de saúde. As parteiras tradicionais, com seus conhecimentos transmitidos oralmente e pela prática, contribuem significativamente com a saúde da mulher e da criança nas áreas indígenas. A inclusão das PT nas equipes de saúde pode melhorar as condições de parto e reduzir a morbimortalidade materno-infantil, por meio da troca de saberes entre as PT e os profissionais de saúde. A inclusão das PT nas estratégias de saúde, na tríplice fronteira, pode melhorar significativamente as condições de saúde materno-infantil, reconhecendo seus saberes e práticas tradicionais como essenciais para o cuidado em áreas remotas e culturalmente diversas. Para isso, realizamos análises qualitativas para verificar o trabalho colaborativo das parteiras tradicionais indígenas junto às equipes de saúde na área de abrangência do DSEI ARS. Realizamos a descrição da diversidade do partejar indígena na região ARS, considerando as especificidades éticas, culturais, sociais e demográficas. Além disso, elaboramos uma cartografia das estratégias de integração entre as práticas tradicionais do partejar indígena no ARS e da biomedicina desempenhadas pelas equipes de saúde. Com base na análise, identificamos uma série de desafios na inclusão do trabalho colaborativo das parteiras tradicionais indígenas nas equipes de saúde, incluindo dificuldades socioeconômicas e educacionais, falta de assistência com biossegurança e a necessidade de um cuidado efetivamente intercultural no contexto da área indígena. Concluímos, assim, que é crucial fornecer apoio político, capacitação e recursos adequados, para reconhecer e valorizar os conhecimentos das parteiras para a construção de linhas de cuidado interculturais. A pesquisa destaca a importância de termos políticas e práticas inclusivas e culturalmente sensíveis para melhorar os resultados de saúde materna e neonatal nas comunidades indígenas.
Abstract
Traditional Midwives (TM) are recognized by the WHO (world health organization) as FUNDAMENTAL AT monitoring pregnant women during childbirth, based on their personal experiences and interaction with other midwives. In Brazil, mainly in rural and indigenous areas of the North region, traditional midwives carry out home births, often without support from health teams. In the Special Indigenous Health District of Alto Rio Solimões (DSEI ARS), 52% of births are conducted by traditional midwives, highlighting their importance in maternal and child health. The region faces challenges such as population mobility and difficulties in accessing health services. Traditional midwives, with their spoken transmitted knowledge and through experience, contribute significantly to the health of women and children in indigenous areas. The inclusion of TMs in health teams can improve birth conditions and reduce maternal and child morbidity and mortality, through exchange of knowledge between TMs and health professionals. Adding TMs in health strategies in the Triple Border can significantly improve maternal and child health conditions, acknowledging their traditional knowledge and practices as essential for care in remote and culturally diverse areas. After all, we carried out qualitative analyzes to verify the collaborative work of indigenous traditional midwives with health teams in the DSEI ARS coverage area. We described the diversity of indigenous birthing in the ARS region, considering the ethical, cultural, social and demographic specificities. Furthermore, we created a cartography of integration strategies between the traditional practices of indigenous midwifery in the ARS and biomedicine interventions performed by health teams. Based on the analysis, we identified a series of challenges in including the collaborative work of indigenous traditional midwives in health teams, including socioeconomic and educational challenges, lack of biosecurity assistance and the need for effectively intercultural care in the context of the indigenous area. We conclude, therefore, that it is important to provide political support, train and adequate resources, in order to recognize and value the knowledge of midwives in terms of building intercultural lines of care. The research highlights the importance of having inclusive and culturally sensitive policies and practices to improve maternal and newborn health outcomes in indigenous communities.
Share