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04 Educação de qualidadeCollections
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BIOÉTICA LAICA: ZONAS DE ATRITO COM AS RELIGIÕES NA PRÁTICA EM SAÚDE
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Núcleo de Bioética e Ética Aplicada. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Núcleo de Bioética e Ética Aplicada. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O objetivo deste capítulo é trazer para a discussão das zonas de atrito entre
diferentes convicções nas práticas de saúde, uma perspectiva que seja mais do
que tolerante com as diferenças, mas respeitosas com essas diferenças, sejam
quais forem, na discussão sobre problemas morais, especialmente naqueles
relacionados com a saúde, individual, coletiva ou ambiental. Entendemos que, para tal, a
adoção de uma perspectiva laica é necessária para que a aceitação e o respeito
às diferenças possam ocorrer, sem que intimamente se tente constranger
o outro a adotar seus valores ou princípios. Assim, nos apropriaremos do
conceito de laicidade proposto por Baubérot, Milot e Blancarte (2005) na
sua “Declaração Universal sobre a Laicidade no Século XXI” apresentada
ao Senado da França por ocasião da celebração do centenário da separação
Igrejas-Estado naquele país. Definimos a laicidade como a harmonização, em diversas conjunturas sóciohistóricas e geopolíticas, dos três princípios já indicados: respeito à liberdade
de consciência e a sua prática individual e coletiva; autonomia da política e
da sociedade civil com relação às normas religiosas e filosóficas particulares;
nenhuma discriminação direta ou indireta contra os seres humanos.
(BAUBÉROT; MILOT; BLANCARTE, 2005). Nosso percurso será iniciado com as diferentes concepções históricas sobre o processo de adoecer de humanos, o fundamento filosófico pelo qual defendemos a legitimidade das decisões fundamentadas em uma perspectiva laica e alguns
dos pontos de atrito entre diferentes perspectivas, religiosas e não religiosas.
Assim afirmamos a legitimidade da perspectiva laica do ponto de vista teórico
e na prática em saúde, sempre defendendo a liberdade de que cada indivíduo
tenha seu projeto individual de felicidade, sobre o qual o Estado, em princípio,
não deve interferir a menos que afete as liberdades e bem-estar de outros.
Assume-se assim a compreensão de que a democracia brasileira é, e pretende
continuar a ser, politicamente liberal, plural e não discriminatória.
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