Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/64727
ANGIOELASTOSE POLIPOIDE EM BIÓPSIAS COLORRETAIS
Elastose
Elastofibroma
Trato gastrointestinal
Pólipos
Silva, Nataly Dantas Fortes da | Date Issued:
2024
Alternative title
Polypoid angioelastosis in colorectal biopsiesAffilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Abstract in Portuguese
INTRODUÇÃO: As alterações elastofibromatosas do trato gastrointestinal caracterizam-se, em geral, como pólipos com acúmulo anômalo de fibras elásticas, sobretudo na submucosa. São pouco estudadas e descritas como casos isolados ou pequenas séries. A maior série relata 13 casos. Não há publicação de casos no Brasil. Com o uso sistemático de colonoscopia na prevenção e detecção precoce de câncer colorretal, lesões polipoides com características dessa alteração têm sido vistas, mas parecem ser subdiagnosticadas. Os diagnósticos diferenciais são importantes na prática dos gastroenterologistas e patologistas. Sua patogênese ainda não foi esclarecida. OBJETIVOS: Descrever as características clínicas e histopatológicas de uma série de casos de alteração elastofibromatosa colorretais vistos em um laboratório de referência em patologia gastrointestinal. Verificar sua frequência em colonoscopias com biópsias submetidas à avaliação histopatológica. A partir das observações morfológicas especular sobre a possível patogênese dessa alteração. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo de uma série de casos diagnosticados em um laboratório de Salvador-Bahia, referência em patologia gastrointestinal no período de janeiro de 2016 a outubro de 2023. Os laudos foram revistos e anotadas informações de idade, sexo, manifestações clínicas, indicação do exame, topografia e descrição endoscópica das lesões. As lâminas histológicas, coradas pela hematoxilina e eosina, além de colorações especiais para identificação das fibras elásticas e matriz conjuntiva (Orceína, Weigert Van Gieson e tricrômico de Masson) e de depósitos amiloides (Vermelho Congo), foram revistas. Em oito casos se fez avaliação imunoistoquímica com CD34 e anticorpo anti-músculo liso para caracterização de vasos sanguíneos nas lesões. RESULTADOS: Em 26 laudos foram identificadas 27 lesões como elastose e/ou alteração elastofibromatosa em topografia de intestino grosso. Um paciente tinha duas lesões sincrônicas. Vinte e seis lesões foram identificadas pela coloração com Hematoxilina-Eosina em conjunto com colorações para fibras elásticas. Uma lesão requereu avaliação imunoistoquímica para o diagnóstico diferencial com neoplasias mesenquimais. Onze pacientes eram do sexo masculino e 16 do sexo feminino. A média etária foi de 60,31 anos (variando de 49 e 73 anos). Todas as lesões foram identificadas como pólipos à endoscopia. Para o eventual diagnóstico diferencial com amiloidose, utilizou-se a coloração pelo Vermelho Congo com observação à luz polarizada. A avaliação imunoistoquímica com marcadores de vasos sanguíneos mostrou associação da lesão com vasos sanguíneos anômalos, consistentes com malformações vasculares. Em nenhum dos casos estudados houve referência a elastoses extra intestinais. CONCLUSÃO: Pólipos com alteração elastofibromatosas são diagnosticados em serviços que recebem grande volume de pólipos de cólon e reto para avaliação histopatológica. Nesta série de casos, estas lesões foram identificadas em 0,03% dos exames de colonoscopia realizados no período de janeiro de 2016 a outubro de 2023. Suas características morfológicas são distintas de pólipos de natureza epitelial neoplásica ou não neoplásica, bem como de outros pólipos de natureza mesenquimal e devem ser reconhecidos pelos patologistas. O diagnóstico é suspeitado em secções coradas pela hematoxilina-eosina e confirmado pelo uso de método histoquímico para fibras elásticas. As características histopatológicas são distintas dos acúmulos amiloides e, quando necessária, a coloração pelo Vermelho Congo exclui essa possibilidade. Em nossa série, todos os casos tinham localização submucosa e vários deles mostravam características semelhantes aos pólipos mucosos-submucosos com anomalias vasculares, notando-se vasos com paredes musculosas, maiores que os normais na submucosa. A análise histopatológica acrescida da avaliação imunoistoquímica sugere que a alteração elastótica está relacionada à parede de vasos anômalos com deposição aumentada e desorganizada de fibras elásticas e outros elementos da matriz conjuntiva. Associada, há redução da luz dos vasos, não apenas pelo acúmulo de fibras elásticas, mas também pela deposição de matriz conjuntiva, sugerindo que esses vasos anômalos, em suas porções mais distais, sofreram trombose e um processo de organização anômala com redução ou desaparecimento da luz vascular. Nossos dados sugerem uma associação entre esses pólipos elastofibromatosos com anomalias vasculares focais na submucosa do intestino grosso. Dado ao seu aspecto polipoide e relação com vasos, sugere-se que a denominação angioelastose polipoide seja utilizada.
Abstract
INTRODUCTION AND OBJECTIVES: Elastofibromatous alterations of the gastrointestinal tract are generally characterized as polyps with an abnormal accumulation of elastic fibers, especially in the submucosa. They are little studied and described as isolated cases or small series. The largest series reports 13 cases. There are no published cases in Brazil. With the systematic use of colonoscopy in the prevention and early detection of colorectal cancer, polypoid lesions with characteristics of this alteration have been seen, but they appear to be underdiagnosed. Differential diagnoses are important in the practice of gastroenterologists and pathologists. Its pathogenesis has not yet been clarified. The aims of this study are: 1) describe the clinical and histopathological characteristics of a series of cases of colorectal elastofibromatous alterations seen in a reference laboratory in gastrointestinal pathology; 2) verify their frequency in colonoscopies with biopsies submitted for histopathological evaluation; 3) based on morphological observations, speculate on the possible pathogenesis of this alteration. MATERIALS AND METHODS: Descriptive study of a series of cases diagnosed in a laboratory, reference in gastrointestinal pathology, from January 2016 to October 2023. Reports were reviewed and information on age, sex, clinical manifestations, examination indication, topography, and endoscopic description of the lesions was noted. The histological slides, stained with hematoxylin and eosin, as well as special stains for the identification of elastic fibers and connective tissue matrix (Orcein, Weigert Van Gieson, and Masson's trichrome) and amyloid deposits (Congo red), were reviewed. In eight cases, immunohistochemical evaluation was performed with CD34 and smooth muscle antibody for characterization of blood vessels in the lesions. RESULTS: In 26 reports, 27 lesions were identified as elastosis and/or elastofibromatous alterations in the topography of the large intestine. One patient had two synchronous lesions. Twenty-six lesions were identified by staining with Hematoxylin-Eosin in conjunction with stains for elastic fibers. Eleven patients were male and 16 were female. The average age was 60.31 years (ranging from 49 to 73 years). All lesions were identified as polyps in endoscopy. For differential diagnosis with amyloidosis, Congo red staining was used with observation under polarized light. Immunohistochemical evaluation with markers of blood vessels showed an association of the lesion with anomalous blood vessels, consistent with vascular malformations. In none of the cases studied was there reference to extra-intestinal elastoses. CONCLUSION: Polyps with elastofibromatous alterations are diagnosed in services that receive a large volume of colon and rectal polyps for histopathological evaluation. In this series of cases, these lesions were identified in 0.03% of 92.037 colonoscopy examinations performed from January 2016 to October 2023. Their morphological characteristics are distinct from polyps of neoplastic or non-neoplastic epithelial nature, as well as from other mesenchymal polyps and should be recognized by pathologists. The diagnosis is suspected in sections stained with hematoxylin-eosin and confirmed by the use of histochemical method for elastic fibers. The histopathological characteristics are distinct from amyloid deposits and, when necessary, Congo red staining excludes this possibility. In our series, all cases had submucosal location and several of them showed characteristics similar to mucosal-submucosal polyps with vascular anomalies, noting vessels with muscular walls, larger than normal in the submucosa. Histopathological analysis combined with immunohistochemical evaluation suggests that elastotic alteration is related to the walls of anomalous vessels with increased and disorganized deposition of elastic fibers and other elements of the connective tissue matrix. Associated with this, there is a reduction in the lumen of the vessels, not only due to the accumulation of elastic fibers, but also due to the deposition of collagen matrix, suggesting that these anomalous vessels, in their more distal portions, underwent thrombosis and an anomalous organization process with reduction or disappearance of the vascular lumen (Fig.1and 2). Our data suggest an association between these lastofibromatous polyps and focal vascular anomalies in the submucosa of the large intestine. Due to their polypoid appearance and relationship with vessels, it is suggested that the term polypoid angioelastosis be used
Keywords in Portuguese
Alteração elastofibromatosaElastose
Elastofibroma
Trato gastrointestinal
Pólipos
Share