Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/65674
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE SUICÍDIO NO COMEÇO DA PANDEMIA DE COVID-19: UMA APROXIMAÇÃO GEOGRÁFICO-CULTURAL
COVID-19
Redes de Informação de Ciência e Tecnologia
Epidemiologia
Fatores de Risco
Revisão
Suicide
Science and Technology Information Networks
Tena-Dávila, Elena Blanco de | Date Issued:
2022
Alternative title
Literature review on suicide at the beginning of the COVID-19 pandemic: a geographic-cultural approachAuthor
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: A OMS recomenda produzir conhecimentos em saúde mental a partir de uma perspectiva transdisciplinar, geográfico-culturalmente sensível e direcionada ao êmico. O discurso científico sobre suicídio pode ser modulado pelas circunstâncias geográfico-culturais em que é produzido. A menor disponibilidade de dados epidemiológicos sobre suicídio no período inicial da crise pandêmica da COVID-19 pode facilitar o surgimento de discursos mais claramente mediados por tais circunstâncias. Objetivo: Analisar criticamente a produção científica internacional sobre suicídio e COVID-19 durante os primeiros seis meses da pandemia, destacando suas particularidades geográfico-culturais. Método: Realizamos uma revisão integrativa de 102 textos, recuperados de 12 bases bibliográficas, publicados entre fevereiro e julho de 2020. A localização geográfica das instituições de afiliação dos autores dos textos permitiu identificar oito comunidades de prática científica. Os textos foram submetidos à análise do conteúdo através de codificação indutiva e dedutiva no software ATLAS.ti, e os dados foram estudados quanti-qualitativamente. Resultados: Os achados revelam que existem especificidades geográfico-culturais no discurso científico sobre suicídio. Há uma dinâmica de centralização/universalização e periferização/marginalização das diferentes abordagens científicas ao suicídio, condicionadas pela grande influência dos territórios do hemisfério norte, especialmente Estados Unidos e Europa O discurso hegemônico, de forma especialmente evidente durante o período estudado, é pouco plural, decorre da psiquiatria, psicologia e epidemiologia, e entende o suicídio como um alarmante problema de Saúde Pública global causado principalmente por transtornos ou doenças mentais, alegadamente exacerbadas ou reveladas pela situação de pandemia. Se concentra na descrição de fatores de risco e na adivinhação de futuras taxas de suicídio durante e após a pandemia. Se colocam em segundo plano as motivações e métodos de suicídio, mais discutidos no sul da Ásia. Conclusões: É importante propor formas de reflexão crítica que consigam desnaturalizar a simplificação, individualização, patologização e medicalização do suicídio próprias do discurso biomédico dominante, universalizado pelas principais potências científicas contemporâneas. A póssuicidologia pode tornar-se um espaço epistemológica e metodologicamente híbrido, a partir do qual propor abordagens de pesquisa e intervenção mais amplas, comunitárias, menos universais e mais sensíveis às particularidades geográfico-culturais do suicídio e dos discursos científicos sobre este fenômeno.
Abstract
Introduction: The WHO recommends producing mental health knowledge from a transdisciplinary, geographic-culturally sensitive and emic-oriented perspective. Scientific discourse on suicide can be modulated by the geographic-cultural circumstances in which it is produced. The reduced availability of epidemiological data on suicide in the early period of the COVID-19 pandemic crisis may facilitate the emergence of discourses more clearly mediated by such circumstances. Aim: To critically analyse the international scientific production on suicide and COVID-19 during the first six months of the pandemic, highlighting its geographiccultural particularities. Methods: We performed an integrative review of 102 texts, retrieved from 12 bibliographic databases, published between February and July 2020. The geographical location of the institutions of affiliation of the authors of the texts allowed us to identify eight scientific communities of practice. The texts were subjected to content analysis through inductive and deductive coding using ATLAS.ti, and the data were studied quanti-qualitatively. Results: The findings reveal that there are geographic-cultural specificities in the scientific discourse on suicide. There is a dynamic of centralization/universalization and peripheralization/marginalization of the different scientific approaches to suicide, conditioned by the great influence of the Northern Hemisphere territories, especially the United States and Europe The hegemonic discourse, in an especially clear way during the studied period, is not very plural, stems from psychiatry, psychology and epidemiology, and understands suicide as an alarming global Public Health problem caused mainly by mental disorders or diseases, allegedly exacerbated or revealed by the pandemic situation. It focuses on describing risk factors and guessing future suicide rates during and after the pandemic. The motivations and methods of suicide, more discussed in South Asia, are placed in the background. Conclusions: It is important to propose forms of critical reflection that are capable of denaturalizing the simplification, individualization, pathologization, and medicalization of suicide typical of the dominant biomedical discourse, universalized by the main contemporary scientific powerhouses. Post-suicidology can become an epistemologically and methodologically hybrid space from which to propose research and intervention approaches that are broader, community-based, less universal and more sensitive to the geographic-cultural particularities of suicide and of scientific discourses about this phenomenon.
DeCS
SuicídioCOVID-19
Redes de Informação de Ciência e Tecnologia
Epidemiologia
Fatores de Risco
Revisão
Suicide
Science and Technology Information Networks
Share