O Trabalho de Pesquisadoras Negras do Grupo Temático Racismo e Saúde da ABRASCO: uma revisão de escopo

Abstract

A população negra no Brasil enfrenta desigualdades significativas em diversas esferas sociais, incluindo o acesso à saúde e os resultados de saúde. Diante desse cenário, o Grupo Temático Racismo e Saúde da ABRASCO tem se dedicado a construir conhecimento que transcende o mero empoderamento, visando abordar e desmantelar o racismo no contexto da saúde. Neste estudo, realizou-se uma análise abrangente da literatura científica brasileira no campo da Saúde Coletiva, com foco nas perspectivas e experiências de pesquisadoras negras que integram o Grupo Temático Racismo e Saúde da ABRASCO. Utilizando uma abordagem qualitativa descritiva, conduziu-se uma Revisão de Escopo para compreender a produção acadêmica das pesquisadoras do Grupo Racismo e Saúde, especialmente no que se refere às implicações do racismo na saúde da população negra. Os resultados destacaram medidas de implementação de políticas para a população, avanços na educação antirracista, lacunas na notificação de discriminação racial e os impactos da pandemia de COVID-19 na comunidade negra. Além disso, ressaltou-se a importância de compreender as especificidades desse grupo populacional, promovendo a inclusão de mulheres negras no ambiente acadêmico e buscando superar desigualdades de gênero. Por fim, a pesquisa concluiu que a transformação do espaço acadêmico em um ambiente verdadeiramente inclusivo e igualitário requer esforços contínuos e colaborativos de todos os membros da comunidade acadêmica, incluindo pesquisadoras, professoras, administradoras e estudantes. Somente por meio de uma abordagem abrangente e comprometida é possível superar os desafios e promover um ambiente acadêmico mais acolhedor por meio da interseção de gênero, raça e classe.