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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/65723
PRÁTICAS DE CUIDADO DE PSICÓLOGAS NA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR NO CONTEXTO DA PANDEMIA DE COVID-19
Assistência Hospitalar
Pandemias
COVID-19
Pesquisa Qualitativa
Gestão em Saúde
Sistemas de Apoio Psicossocial
Care
Psychology
Hospital
Pandemic
Cordeiro, Iggor Antônio Cavaliére | Date Issued:
2022
Alternative title
Care practices of psychologists in hospital care in the context of the COVID-19 pandemicAdvisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A presente pesquisa teve como objetivo compreender as percepções, avaliações e significações de psicólogas acerca de suas práticas de cuidado exercidas em hospitais públicos do município do Rio de Janeiro-RJ durante a pandemia de Covid-19. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na qual utilizamos como técnica a entrevista semiestruturada, e como referencial analítico a hermenêutica filosófica. Em encontros remotos, via plataforma Zoom, foram entrevistadas sete psicólogas, trabalhadoras de três hospitais. Para cada entrevista construiu-se uma síntese narrativa que foi lida, corrigida ou aprofundada num segundo encontro com aquelas psicólogas que o desejaram. Os resultados desse trabalho empírico foram estruturados e analisados a partir de dois eixos: i) As psicólogas e a gestão do cuidado e ii) Os desafios para a Clínica Ampliada. De modo geral, observou-se que dentre as principais adaptações, exigidas pela pandemia, nas práticas das psicóloga, figuram o uso constante de EPI’s e da tecnologia (celulares e tablets), ambos implicando em novas formas de trabalho e de relação interpessoal. A suspensão das visitas e da presença de acompanhantes potencializou o sofrimento dos pacientes e famílias, aumentou a demanda por cuidados psicológicos e gerou sobrecarga de trabalho às psicólogas. Estas também se encontravam mobilizadas por sentimentos de medo de contaminar a si e a outrem e pela angústia e impotência diante dos limites de suas práticas, porém, seguiram desenvolvendo um trabalho de cuidado principalmente através de atendimentos individuais (leito ou ambulatório), emissão de pareceres sob solicitação do médico, apoio psicossocial (individual e grupo) a colegas em sofrimento devido à Covid, elaboração de sugestões de cuidados psicossociais divulgados na intranet, entre outras O trabalho em equipe, envolvendo diferentes categorias, ainda se mostra um desafio, no entanto, quando acontece, qualifica as práticas de cuidado, favorece o senso de pertencimento das profissionais ao hospital e confere sentido à prática cotidiana. Por outro lado, a centralidade médica na identificação e encaminhamento das demandas dos pacientes e na organização do trabalho aponta uma hierarquia rígida e pouco questionada pelas psicólogas. No interior da equipe de psicologia, geralmente, as relações se baseiam no apoio mútuo, nos âmbitos técnico e socioemocional, considerado importante meio de sustentação durante a pandemia. Os exíguos contatos e articulações com os profissionais dos serviços das redes de atenção à saúde e intersetorial parecem ocorrer apenas para encaminhamentos de pacientes, sem maiores desdobramentos para a continuidade e integralidade do cuidado. Os principais desafios às práticas das psicólogas são os mesmos do momento anterior à pandemia, embora aprofundados por esta: insuficiência do número de profissionais de psicologia e vínculos empregatícios frágeis, com implicações importantes para um cuidado sustentado pelos vínculos intersubjetivos com pacientes, familiares e colegas. No tocante à gestão, há nuances que remetem à percepção ora de algum grau de envolvimento e participação multiprofissional, ora de um modo de gerir centralizador e vertical. Em geral, as psicólogas não vislumbram processos gestionários participativos e democráticos, o que reforça achados de outros estudos acerca da centralização e hierarquização da gestão dos hospitais, mas também sugere uma lacuna na abordagem dessa temática na formação em psicologia.
Abstract
This research aimed to understand the perceptions, evaluations and meanings of psychologists about their care practices performed in public hospitals in the city of Rio de Janeiro-RJ during the Covid-19 pandemic. This is a qualitative research in which the technique of semi-structured interview was used, and philosophical hermeneutics as an analytical reference. During remote meetings, via the Zoom platform, seven psychologists, workers from three hospitals, were interviewed. For each interview, a narrative synthesis was constructed, which was read, corrected or deepened in a second meeting with the psychologists who wanted it. The results of this empirical research were structured and analyzed from two axes: i) The psychologists and care management and ii) the challenges for the Expanded Clinic. In general, it was observed that among the main adaptations, required by the pandemics, in the practices of psychologists, are the constant use of PPE and technology (mobile phones and tablets), both implying new forms of work and interpersonal relationships. The suspension of visits and presence of companions increased the suffering of patients and families, also it increased the demand for psychological care and generated work overload for psychologists. These were also mobilized by feelings of fear of contaminating themselves and others and also by anguish and impotence face of the limits of their practices, however, they continued to develop a care work mainly through individual consultations (hospital bed or clinic), issuing opinions at the doctor’s request, psychosocial support (individual and group) to colleagues in distress due to Covid, preparation of psychosocial care suggestions published on the intranet, among others Teamwork, involving different categories, still proves to be a challenge, however, when it happens, it qualifies care practices, favors the professionals' sense of belonging to the hospital and gives meaning to daily practice. On the other hand, the medical centrality in the identification and referral of patients' demands and in the organization of work points to a rigid hierarchy and little questioned by the psychologists. Within the psychology team, generally, relationships are based on mutual support, in the technical and socio-emotional spheres, considered an important means of support during the pandemics. The exiguous contacts and articulations with the professionals of the services of health and intersectoral care networks seem to occur only for referrals of patients, without further consequences for the continuity and integrality of care. The main challenges to psychologists' practices are the same as before the pandemics, although deepened by this: insufficient number of professionals of psychology and fragile employment bonds, with important implications for care supported by intersubjective bonds with patients, family members and colleagues. Regarding management, there are nuances that refer to the perception either of some degree of multiprofessional involvement and participation, either of a centralized and vertical way of managing. In general, psychologists do not envision participatory and democratic management processes, which reinforces the findings of other studies on the centralization and hierarchy of hospital management, but also suggests a gap in the approach to this theme in psychology education.
DeCS
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