Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/65774
PROTOCOLO CLÍNICO - OCLUSÃO TRAQUEAL ENDOLUMINAL FETOSCÓPICA NA HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA
Frayha, Alexia de Avila | Date Issued:
2024
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A hérnia diafragmática congênita ocorre devido a um defeito na formação do diafragma, permitindo a herniação de vísceras abdominais para a cavidade torácica e prejudicando o desenvolvimento adequado das vias aéreas e da vascularização pulmonar. O defeito ocorre mais frequentemente à esquerda, podendo ocorrer também à direita ou bilateralmente, e pode ou não ser acompanhado de outras malformações estruturais e associado a cromossomopatias.
A patologia está associada a uma elevada taxa de mortalidade neonatal devido a hipoplasia e hipertensão pulmonar. Os sobreviventes apresentam ainda um risco aumentado de complicações subsequentes. O prognóstico pode variar com a presença de anomalias cromossômicas ou malformações associadas; há também piora do prognóstico em casos de defeito à direita ou herniação hepática. Nos casos de hérnia diafragmática congênita isolada, o marcador mais utilizado é a relação pulmão-cabeça (LHR, do inglês lung to head ratio), preferindo-se o uso da LHR observada/esperada por não variar com a idade gestacional. Uma medida de o/e LHR <25% sugere hipoplasia pulmonar grave, com chance de sobrevivência <25%.
A oclusão traqueal endoluminal fetoscópica consiste na inserção do balão endotraqueal através de fetoscopia, visando minimizar a hipoplasia pulmonar e reduzir a taxa de mortalidade. Apesar de não ser recomendado enquanto tratamento padrão, evidências apontam que o procedimento pode apresentar benefício em casos específicos: há maior grau de evidência a respeito do benefício em casos graves (o/e LHR <25%), com aumento da sobrevivência aos 6 meses e aparente redução do grau de hipertensão pulmonar. São necessários mais estudos para avaliar não só o efeito da FETO em casos moderados como também o efeito de outros fatores de confundimento, como a idade gestacional no momento da inserção do balão. Além disso, o procedimento apresenta associação com maiores taxas de prematuridade e ruptura prematura de membranas ovulares pré termo independente da gravidade do defeito, porém sem aparente piora do desfecho.
Assim, a avaliação da relação pulmão-cabeça será realizada em todas as pacientes com fetos com hérnia diafragmática congênita no Instituto Fernandes Figueira, bem como avaliação do cariótipo. Pacientes com idade gestacional inferior a 30 semanas, o/e LHR <25%, cariótipo normal, hérnia diafragmática congênita isolada à esquerda e sem critérios de exclusão são candidatas à intervenção. Caso a paciente esteja de acordo, o balão é inserido entre 27 semanas e 29 semanas e 6 dias de idade gestacional, e a paciente é acompanhada semanalmente até sua retirada, programada entre 34 semanas e 34 semanas e 6 dias de idade gestacional. Em caso de iminência de parto, o balão deve ser retirado emergencialmente, preferencialmente anteparto; caso não seja possível, a retirada deve ocorrer imediatamente após o nascimento.
Abstract
Congenital diaphragmatic hernia occurs due to a defect in the diaphragm’s formation, allowing for the herniation of abdominal viscera into the thoracic cavity and affecting the adequate development of airways and pulmonary vascularization. The left side is the most common localization, but the defect can also be right-sided or bilateral; furthermore, it may or may not be associated with other structural malformations and chromosomal defects. The pathology is associated with an elevated rate of neonatal mortality due to pulmonary hypoplasia and hypertension. Survivors also present an elevated risk of subsequent complications. The prognosis varies with the presence of chromosomal anomalies or associated structural malformations; prognosis also worsens in right-sided defects or in the presence of hepatic herniation. In isolated congenital diaphragmatic hernia, the most utilized prognostic marker is the lung to head ratio, preferably the observed/expected LHR as it does not vary with gestational age. An o/e LHR <25% suggests severe pulmonary hypoplasia, with a chance of survival under 25%. The fetoscopic endoluminal tracheal occlusion (FETO) consists of the insertion of an endotracheal balloon through fetoscopy, aiming to minimize the pulmonary hypoplasia and reduce mortality. Although it is not recommended as the standard treatment, evidence suggests that the procedure can prove to be beneficial in specific cases. There is evidence regarding the benefits in severe cases (o/e LHR <25%), with an increase in survival at 6 months and apparent improval in pulmonary hypoplasia. More studies are necessary to evaluate not only the effect of FETO in moderate cases, but also other confounding variables such as gestational age at the moment of balloon insertion. Additionally, the procedure is associated with an increased rate of prematurity and preterm prelabor rupture of membranes regardless of the disease severity, though with no apparent association with negative outcomes. As such, the evaluation of the LHR will be performed in all patients with fetuses with congenital diaphragmatic hernia in Instituto Fernandes Figueira, as well as karyotype evaluation. Patients with gestational age under 30 weeks, o/e LHR <25%, normal karyotype, isolated left-sided defect and who do not have any exclusion criteria are candidates for intervention. Should the patient consent, the balloon is inserted between 27 weeks and 29 weeks and 6 days of gestational age. The patient is followed-up weekly until the balloon’s removal, ideally between 34 weeks and 34 weeks and 6 days. In case of imminent birth, the balloon should be removed immediately, preferably before birth; should that not be possible, the removal should occur immediately after birth.
Share