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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66209
Type
DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
10 Redução das desigualdadesCollections
Metadata
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O SOFRIMENTO PSÍQUICO E O CUIDADO DE MULHERES: UM OLHAR INTERSECCIONAL
Saúde Mental
Acontecimentos que Mudam a Vida
Mulheres
psicologia
Enquadramento Interseccional
Souza, Maria Amaral de | Date Issued:
2024
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O presente trabalho buscou compreender as experiências de sofrimento psíquico e de cuidado em saúde mental de mulheres. A partir do entendimento do sofrimento e do cuidado como inerentes à experiência humana, discutimos quais são as especificidades nas experiências das mulheres com o sofrer e o com cuidado, compreendendo que essas experiências são distintas a depender do pertencimento social em termos de gênero, raça, classe e outros marcadores sociais. Essa proposta de trabalho surge a partir da avaliação de que as realidades das mulheres têm sido postas de lado historicamente pelos debates hegemônicos dentro do contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Esse apagamento diz de um contexto social onde as mulheres são silenciadas dos debates nas arenas públicas e também são abafadas enquanto protagonistas de processos sociais e de suas vidas. Nesse sentido, essa dissertação se propôs a compor o movimento pela ruptura com esse apagamento, ao buscar ouvir essas vozes silenciadas e fazer ecoar na academia, que também é um ambiente marcado por violências e apagamentos. Para isso, realizamos entrevistas com mulheres de distintas regiões do país buscando ouvir narrações de suas histórias de vida ligadas ao sofrimento e ao cuidado. A partir dessa escuta, compreendemos que os sofrimentos psíquicos são constituídos pelos diversos contextos sociais atravessados sobretudo pelas condições e relações de trabalho, sejam a partir das demandas e distribuição de tempo entre trabalho formal e trabalho doméstico ou trabalho de cuidado, estudos e ausência de trabalho formal. Além do trabalho, os relacionamentos afetivos também aparecem como questão de sofrimento, seja a partir das hierarquias de gênero, o lugar que o amor romântico ocupa na vida das mulheres ou na ausência de afeto. Também observamos que, na busca pelo cuidado, por vezes se encontra acolhimento. Também observamos que, na busca pelo cuidado, por vezes se encontra acolhimento, mas também se encontra violências em nome de um suposto cuidado, a partir de práticas de cunho moralista, individualizante e medicalizante. Ao mesmo tempo, essas mulheres conduzem cuidado às suas redes de apoio, mas muitas vezes negligenciam a si mesmas.
Abstract
This work sought to comprehend women's psychological suffering and mental health care experiences. From the understanding of suffering and care as inherent to the human experience, we discuss wich are the specifics within the experiences of women with suffering and care, understanding that those experiences are different based on social belonging in terms of gender, race, class and other social markers. This proposition emerge from the evaluation that women's realities have been historically set aside by hegemonic debates from inside Brazilian Psychiatric Reform context. This erasure speaks about a social context in wich women are silenced from public arena debates and are also muffled while being the main figures of their lives and social process. In that regard, this dissertation proposes to be a part of the movement for the rupture of this erasure, listening to those silenced voices and echoing within the academy, an environment also marked by violence and erasure. Thereunto, we conducted interviews with women from different country regions seeking to listen to narratives from their life's history that are related to suffering and care. From that listening, we comprehend that psychological suffering is constituted by the many social contexts, most of all the work conditions and relations, either by the demand and distribution of time between formal and domestic or care work, or care work, studies and absence of formal work. Besides work, affective relationships also appears as a matter of suffering, either by the gender hierarchy, in the place in the woman's life where romantic love resides, or by the absence of affection. We also observed that, in the search for care, sometimes it is found refuge, but also violence in the name of a pretended care, by the practices of moralistic natures, individualizing and medicalizing. At the same time, those women lead the care to their support networks, but a lot of times neglect themselves.
DeCS
Angústia PsicológicaSaúde Mental
Acontecimentos que Mudam a Vida
Mulheres
psicologia
Enquadramento Interseccional
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