Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66245
AVALIAÇÃO DO COMPROMETIMENTO MUCOSO TARDIO EM PACIENTES TRATADOS PARA LEISHMANIOSE CUTÂNEA EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM BELO HORIZONTE.
fatores de risco
terapia intralesional
seguimento clínico tardio
leishmaniose mucosa
risk factors
intralesional therapy
clinical follow-up
mucosal leishmaniasis
Calil, Iara Pinheiro | Date Issued:
2021
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brazil.
Abstract in Portuguese
A leishmaniose mucosa (LM) é uma manifestação da leishmaniose tegumentar (LT) de expressiva relevância clínica pelo seu potencial de causar alterações funcionais, deformidades e sequelas permanentes. Caracteristicamente o comprometimento mucoso ocorre anos após a lesão cutânea, embora possa ocorrer também concomitante às lesões de pele. A LM representa cerca de 3% a 6% do total de casos de LT registrados no Brasil atualmente. Vários fatores de risco têm sido sugeridos como relacionados à ocorrência de LM, tais como a ausência de tratamento específico para LC, tratamento tardio ou inadequado, além de outros ligados à apresentação da doença cutânea (extensão e localização das lesões) ou ao paciente. Diante da inexistência de opção terapêutica com alta eficácia e perfil de segurança satisfatório na LM, prioridade em pesquisa na doença é a identificação de preditores de risco de lesões mucosas tardias, com potencial para uma abordagem preventiva. Neste estudo foi avaliada a taxa de comprometimento mucoso durante seguimento clínico de pacientes com diagnóstico inicial da forma cutânea de leishmaniose. A abordagem consistiu numa coorte retrospectiva envolvendo 226 casos novos da forma clínica cutânea, notificados entre 2015 e 2018, no Ambulatório do Centro de Referência em Leishmaniose do Instituto René Rachou (CRL-IRR). Realizou-se análise dos registros em prontuários e busca ativa de todos os casos, para pesquisa de sinais e sintomas compatíveis para LM, seguida por exame clínico e otorrinolaringológico. O tempo de seguimento dos casos foi de no mínimo 3 e máximo 5,5 anos a partir do tratamento para LC, com mediana de 38,5 meses (IQ25-75%:35-46). Foram identificados quatro casos com complicação mucosa após tratamento para LC, todos eles já diagnosticados pelo serviço em menos de dois anos do tratamento da forma inicial de leishmaniose. A taxa de acometimento mucoso observada foi de 2,3% (IC95%: 0,90-5,73) e a mediana de tempo até a confirmação da complicação mucosa de 13,5 meses (IQ25-75%:7,3-22,8) após o tratamento para LC. Em todos os quatro casos o comprometimento mucoso incluía a mucosa nasal, todos tinham sido tratados com infiltração intralesional com antimoniato de meglumina para doença cutânea primária, que se caracterizava por lesão única e ulcerada em hemicorpo superior. Devido ao pequeno número de casos, não foi possível identificar marcadores associados ao risco de complicação mucosa tardia.
Abstract
Mucosal leishmaniasis (ML) represents a clinical manifestation of tegumentary leishmaniasis (TL) which plays significant relevance due to its potential to cause functional abnormalities, deformities and permanent sequelae. Mucosal involvement typically occurs years after cutaneous leishmaniasis (CL), although it can also occur concomitantly with cutaneous disease. LM represents about 3% to 6% of all TL cases annually registered in Brazil. Several risk factors have been suggested as related to the occurrence of ML, such as the absence of specific treatment for LC, late or inadequate treatment, besides others features related to the presentation of the skin disease (extension and location of the lesions) or to patients. Considering the lack of therapeutic options with high efficacy and satisfactory safety profile to treat ML, a priority in CL´s research is the identification of risk predictors of late mucosal lesions, with potential for a preventive approach. In this study, the rate of mucosal involvement during a clinical follow-up of patients with previous diagnosis of CL was evaluated. A retrospective cohort study involving 226 new CL cases, reported between 2015 and 2018, was carried out at Referral Centre for CL treatment of Instituto René Rachou (CRL-IRR). All medical records were analyzed and an active search of all cases was performed to search for signs and symptoms compatible with ML, followed by clinical and otolaryngological evaluation. The follow-up time comprised at least 3 and maximum 5.5 years from the treatment for CL, the median time was 38.5 months (IQ25-75%:35-46). Four cases with mucosal complication after CL treatment were identified, all of them were already diagnosed at the CRL-IRR, in a period shorter than two years from the initial leishmaniasis treatment. The rate of mucosal involvement observed was 2.3% (95%CI: 0.90-5.73) and the median time to confirmation of the mucosal complication was 13.5 months (IQ25-75%: 7.3- 22.8) after CL treatment. In all four cases, the mucosal involvement reached the nasal mucosa, all patients had been treated with meglumine antimoniate intralesional infiltration for primary cutaneous disease, which was characterized by a single, ulcerated lesion in the upper body. Due to the small number of cases, it was not possible to identify predictor markers associated with the risk of late mucosal complications.
Keywords in Portuguese
leishmaniose cutâneafatores de risco
terapia intralesional
seguimento clínico tardio
leishmaniose mucosa
Keywords
cutaneous leishmaniasisrisk factors
intralesional therapy
clinical follow-up
mucosal leishmaniasis
Share