Educação em Diabetes Mellitus tipo 1 por meio virtual e sua influência no controle metabólico - um estudo piloto.

Abstract

Introdução: O diabetes mellitus tipo 1(DM1) é uma doença crônica de abrangência mundial, e seu controle inadequado ocasiona complicações incapacitantes. Os grupos de educação em diabetes existem para apoiar o autocuidado e podem ocorrer de várias formas, inclusive através de tecnologias. Barreiras associadas à participação em grupos presenciais podem ser superadas com o uso de intervenções digitais em saúde e percebe-se que há uma lacuna do conhecimento em relação a estudos que abordam essa temática com metodologias de intervenção. Objetivo: Elaborar um programa virtual de educação em diabetes tipo 1, avaliar a efetividade do programa virtual no controle metabólico de pessoas com DM1, mensurar o autocuidado e a qualidade de vida antes e após a intervenção, possibilitando a comparação entre os dois tempos. Método: Tratou-se de um estudo metodológico. Inicialmente foi desenvolvido um protocolo de educação em diabetes no formato virtual com duração de 12 semanas. Em seguida, após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, o protocolo foi executado como estudo piloto com pessoas com DM1, residentes no município de Barbalha-CE, constituindo-se no envio de mensagens educativas através de um grupo de WhatsApp. Antes e depois da intervenção foram coletados dados clínicos e laboratoriais de controle glicêmico, e aplicados o Questionário de Medida de Qualidade de vida em Diabetes (DQOL-Brasil) e parte do Questionário para o Autocuidado em Diabetes (QAD). Resultados: O material educativo foi baseado nas recomendações da Associação Americana de Educadores em diabetes, e constituiu-se de textos, imagens, infográficos e links. O projeto piloto foi executado com 6 pessoas, com idade média de 31 e tempo médio de diagnóstico de DM1 de 14,6 anos. Houve melhora no score de qualidade de vida medida pelo DQOL- Brasil, passando de 2,67 para 2,42. Quanto ao Autocuidado, houve aumento na frequência semanal de seguimento a alimentação saudável, medição de glicemia capilar e exame clínico dos pés. Não houve significância estatística nas variáveis antropométricas, clínicas e laboratoriais analisadas. Conclusão: Conclui-se que a ferramenta de educação em diabetes construída é de prática execução e com ampla capacidade de acesso, podendo ser utilizada por vários profissionais e instituições de saúde. Foi observado melhora em algumas variáveis estudadas, porém recomenda-se estudos com amostragens maiores, com a finalidade de obter dados mais robustos e com poder de inferência, uma vez que por se tratar de um piloto, não há como extrapolar os nossos resultados ao público com DM1.