Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66452
SOBREDIAGNÓSTICO E DEPRESSÃO : UMA REVISÃO DE ESCOPO
Sobrediagnóstico
Uso Excessivo de Medicamentos Prescritos
Medicalização
Revisão Sistemática
Medicina Baseada em Evidências
Tomada de Decisão Clínica
Formulação de Políticas
Degrave, Aline Mendonça Lima | Date Issued:
2022
Alternative title
Overdiagnosis and depression : a scoping reviewAuthor
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
No campo da psiquiatria é hegemônica a iniciativa de abranger novas formas de sofrer, refletida no aumento de classes e categorias diagnósticas numa tentativa de rastrear o mal-estar na subjetividade, apagando condições próprias à experiência humana e aspirando à universalidade. A depressão é caracterizada como um distúrbio de humor e considerada pela Organização Mundial da Saúde como um dos maiores fardos atuais à saúde global e a principal causa de incapacidade no mundo, afetando 264 milhões de pessoas no mundo. No campo da saúde mental o sobrediagnóstico aparece em quadros onde identifica-se um mal-estar que pode ser proveniente de experiências de vida que não precisariam de intervenção médica ou medicamentosa, quando essas sensações aparecem em função de eventos da vivência humana e são percebidas como doença e medicalizadas. Sob a hipótese que existe uma tendência global estabelecida de diagnóstico e medicalização do sofrimento humano, buscou-se compreender como no tratamento da depressão o sujeito diagnosticado pode vir a ser descentralizado de sua experiência e de que forma os processos de formulação de diagnóstico, prescrição de tratamento e intervenção clínica sofrem influência de atores teóricos, econômicos, sociais, políticos e circunstanciais dominantes. Para responder a tais questionamentos a presente pesquisa objetivou investigar como a literatura científica recente compreende o fenômeno de sobrediagnóstico na depressão através de uma revisão de escopo Foram coletados 596 resultados inicialmente com uma amostra final de 20 estudos considerados em análise categorial, agrupados em quatro categorias finais: (1) “Indeterminação diagnóstica ou da gravidade da depressão”, (2) “Papel da atenção primária e de clínicos gerais no sobrediagnóstico e na sobremedicação da depressão”, (3) “Métodos de rastreio, avaliação, diagnóstico e tratamento da depressão” e (4) “Medicalização de questões sociais, culturais e cotidianas”. Os resultados foram discutidos à luz da perspectiva crítica à medicalização a partir do campo da saúde coletiva.
Abstract
In the field of psychiatry, the initiative to encompass new forms of suffering is hegemonic, reflected in the increase of diagnostic classes and categories in an attempt to trace the malaise in subjectivity, erasing conditions particular to the human experience and aspiring to universality. Depression is characterised as a mood disorder and considered by the World Health Organization as one of the greatest current burdens to global health and the leading cause of disability in the world, affecting 264 million people worldwide. In the field of mental health, overdiagnosis appears in cases where a malaise is identified that may originate from life experiences that would not require medical intervention or medication, when these sensations arise from events of human experience and are perceived as illnesses and medicalized. Under the hypothesis that there is an established global trend of diagnosis and medicalization of human suffering, the study sought to understand how in the treatment of depression the diagnosed subject can become decentralized from its experience and how the processes of diagnosis formulation, treatment prescription and clinical intervention are influenced by dominant theoretical, economic, social, political, and circumstantial actors. To answer such questions the present research aimed to investigate how recent scientific literature understands the phenomenon of overdiagnosis in depression through a scoping review A total of 596 results were initially collected with a final sample of 20 studies considered for categorical analysis, grouped into four final categories: (1) "Diagnostic indeterminacy or indeterminant severity of depression", (2) "Role of primary care and general practitioners in the overdiagnosis and overmedication of depression", (3) "Methods of screening, assessment, diagnosis and treatment of depression" and (4) "Medicalization of social, cultural and everyday issues". The results were discussed in the light of the critical perspective to medicalization as of the field of collective health.
DeCS
DepressãoSobrediagnóstico
Uso Excessivo de Medicamentos Prescritos
Medicalização
Revisão Sistemática
Medicina Baseada em Evidências
Tomada de Decisão Clínica
Formulação de Políticas
Share