Flores em meio a pandemia de COVID-19: um ensaio sobre as potências de resistir junto a arte em cena

Abstract

O presente trabalho, escrito em formato de ensaio e de estrutura ziguezagueante propõe uma aproximação entre as vivências do autor, que é um psicólogo da área da saúde, com aquilo que se passa no espaço da clínica da diferença e uma animação japonesa intitulada Violet Evergarden (2018). Tal encontro nasceu de uma necessária reflexão crítica da metáfora proposta pelos carros de som da prefeitura de Niterói, município do Rio de Janeiro que durante o período de 2020 e de 2021 circulavam pelas principais ruas e aproximavam com suas palavras de ordem a vivência da Pandemia de Covid-19 a um estado de guerra contra um inimigo invasor chamado Coronavírus: “Atenção, Niterói. Estamos em guerra contra o Coronavírus”. Com intuito de pensar as construções dos processos de subjetivação que se dão em tempos de uma guerra e em tempos do pós guerra, metáfora essa proposta pelos carros de som, convida-se Violet para a cena, ela que não se reduz a um caso clínico, é aqui um poderoso interlocutor que compartilha algumas das suas ferramentas, entre elas a escuta sensível do outro e a escrita epistolar dos afetos que servem como dispositivos capazes de construir uma vida para além da figura do sobrevivente do pós guerra, e porque não, em nosso caso, a pós pandemia.