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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66473
NEGRO DRAMA : O RACISMO COMO DETERMINANTE SOCIAL NO TRABALHO E NA SAÚDE
Economia
Fatores Socioeconômicos
Mercado de Trabalho
Desigualdade em Saúde
história
Economia
Fatores Socioeconômicos
Mercado de Trabalho
Desigualdade em Saúde
Processo Saúde-Doença
População Negra
Desemprego
Estudos Transversais
Racism
Economic
Socioeconomic Factors
Job Market
Health Status Disparities
Barbosa, Raphael Barreto da Conceição | Date Issued:
2024
Alternative title
Black Drama : racism as a social determinant in work and healthAdvisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
No Brasil, a abolição se deu para a defesa de interesses comerciais das classes dominantes e, após o 13 de maio de 1888, se consolidou uma espécie de Estado antinegro. Sem nenhum tipo de indenização, sem emprego, sem morada, marginalizada e sem qualquer direito humano básico, a população anteriormente escravizada, migrou para o status de exército de reserva. À medida que a dominação racial, por meio do escravismo, estava proibida, novas formas de dominação precisaram ser desenvolvidas. Na luta pela manutenção de sua hegemonia, as classes dominantes impuseram uma série de mecanismos de barragem e disseminaram um conjunto de formulações ideológicas para impedir a ascensão social de pessoas. Essa barragem, ainda se expressa nos piores indicadores de acesso ao emprego, renda, moradia, segurança alimentar, saneamento básico, saúde, entre outros direitos humanos básicos. A dependência da economia brasileira se expressa na superexploração da força de trabalho, que é majoritariamente negra, entre as desocupadas e entre as ocupadas. Entre as ocupadas predomina a baixa remuneração, precarização e informalização do trabalho. A partir de quatro mitos, o racismo se mantém como tendência de pensamento e arma ideológica de dominação, moldando as subjetividades e podendo trazer repercussões negativas para a identidade da pessoa negra. Além disso, pela sua dominação quase absoluta que determina os modos de vida e trabalho, o racismo determinará também a saúde e a doença. Para identificar como a superposição de crises causada pela pandemia de Covid-19 intensificou as desigualdades raciais, realizamos um estudo transversal com dados de julho e novembro da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - COVID19, conduzida em de 2020, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Foram realizadas análises descritivas das variáveis e modelos de regressão logística. Nesses modelos, as razões foram estimadas. Os resultados revelaram uma série de desvantagens acumuladas pelas pessoas negras: maior desocupação, informalidade, afastamento do trabalho e perda de renda. A análise estatística destacou disparidades significativas entre pessoas negras e brancas em diversos aspectos como emprego e renda, acesso à máscaras de proteção, sabão e álcool à 70%, além de testes para Covid-19. Evidenciamos a vigência do Estado antinegro e do racismo como arma ideológica de dominação, e ressaltamos a necessidade de políticas públicas mais robustas para enfretamento do racismo e a superação das relações de produção baseadas no capital.
Abstract
In Brazil, abolition was carried out to defend the commercial interests of the ruling classes and, after May 13, 1888, a kind of anti-black state was consolidated. Without any compensation, without employment, without housing, marginalized and without any basic human rights, the previously enslaved population migrated to the status of a reserve army. As racial domination through slavery was prohibited, new forms of domination needed to be developed. In the struggle to maintain their hegemony, the ruling classes imposed a series of barrier mechanisms and disseminated a set of ideological formulations to prevent the social ascension of black people. This barrier is still expressed in the worst indicators of access to employment, income, housing, food security, basic sanitation, health, among other basic human rights. The dependence of the Brazilian economy is expressed in the overexploitation of the workforce, which is mostly black, among the unemployed and among the employed. Low pay, precariousness, and informality of work predominate among employed black people. Based on four myths, racism remains a trend of thought and an ideological weapon of domination, shaping subjectivities and potentially having negative repercussions on the identity of black people. Furthermore, due to its almost absolute domination that determines ways of life and work, racism will also determine health and illness. To identify how the overlapping crises caused by the COVID-19 pandemic intensified racial inequalities, we conducted a crosssectional study using data from July and November 2020 of the National Household Sample Survey - COVID19, conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics Descriptive analyses of the variables and logistic regression models were performed. In these models, the ratios were estimated. The results revealed a series of disadvantages accumulated by black people: greater unemployment, informality, absence from work, and loss of income. The statistical analysis highlighted significant disparities between black and white people in several aspects such as employment and income, access to protective masks, soap and 70% alcohol, and testing for Covid-19. We highlighted the prevalence of the anti-black State and racism as an ideological weapon of domination, and emphasized the need for more robust public policies to confront racism and overcome capital-based production relations.
Keywords in Portuguese
RacismoEconomia
Fatores Socioeconômicos
Mercado de Trabalho
Desigualdade em Saúde
DeCS
Racismohistória
Economia
Fatores Socioeconômicos
Mercado de Trabalho
Desigualdade em Saúde
Processo Saúde-Doença
População Negra
Desemprego
Estudos Transversais
Racism
Economic
Socioeconomic Factors
Job Market
Health Status Disparities
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