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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66528
SABERES E PRÁTICAS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE SOBRE A VIOLÊNCIA URBANA NO TERRITÓRIO E AS REPERCUSSÕES NO TRABALHO E NA SAÚDE
Ferreira, Cibelly Melo | Date Issued:
2019
Author
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz Ceará, Mestrado Profissional em Mestrado Profissional em Saúde da Família, da Rede Nordeste de Formação em Saúde (RENASF)
Abstract in Portuguese
A Estratégia Saúde da Família tem como finalidade garantir ações de saúde
individuais, familiares e coletivas, na qual se incluem ações de promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos
e vigilância em saúde. Destaca-se a importância do agente comunitário de saúde
(ACS), ao servir de elo de ligação entre as famílias e os demais profissionais da equipe
de saúde. O contexto de violência urbana vivenciado no município de Fortaleza,
Ceará, tem causado limitações ao trabalho multiprofissional, em especial dos ACS,
com reflexos na saúde destes profissionais. O objetivo desse estudo foi analisar
saberes e práticas dos ACS sobre a violência urbana e as repercussões sobre o
trabalho e a saúde. Realizou-se um estudo transversal descritivo exploratório, de
abordagem qualitativa, no período de março a maio de 2019. Os dados foram
coletados através de entrevistas semi-estruturadas com 12 ACS de Fortaleza-CE com
registro em diário de campo. A análise foi realizada através do método de
interpretação dos sentidos, em que emergiram 48 temas empíricos separados em dois
corpus: ACS que residem em áreas com estabilidade no comando da facção e ACS
que residem em áreas com disputas entre as facções. Os temas empíricos foram
agrupados em quatro categorias: comunidade; violência no território; consequências
da violência sobre a saúde dos ACS e estratégias de enfrentamento à violência
usadas pelos ACS. Eles relatam que presenciam e sofrem violência no trabalho,
sendo necessário, em alguns momentos, suspender ou adiar atividades. Os efeitos
da violência são singulares, sendo variável a sua forma de enfrentamento,
acarretando rompimento de relações interpessoais, adoecimentos e absenteísmos.
Ser cego, surdo e mudo foi a principal estratégia de enfrentamento à violência. Avaliase
que é preciso investir em formação profissional e em estratégias de apoio ao ACS,
tais como as rodas de conversa, espaços de acolhimento e escuta, assim como é
necessário elaborar um plano de cuidado em saúde (física e mental).
Abstract
The Family Health Strategy aims to ensure individual, family and collective health
actions, which include promotion, prevention, protection, diagnosis, treatment,
rehabilitation, harm reduction, palliative care and health surveillance. The importance
of the community health agent can be highlight because they are a link between
families and other professionals of the health team. The context of urban violence
experienced in the city of Fortaleza, Ceará, has caused limitations to multidisciplinary
work, in particular for community health agent, reflected in the health of this
professionals. So the purpose of this this study aims to analyze the knowledge and
practices of community health agent about urban violence and the repercussions on
work and health. A qualitative exploratory descriptive cross-sectional study was
conducted from march to may 2019. The data were collected through semistructured
interviews with 12 community health agente from Fortaleza-CE with a field
diary. The analysis was performed through the method of meaning interpretation, in
which 48 separate empirical themes were merged into two corpus: ACS residing in
areas with stable faction command and ACS residing in areas with disputes between
them. The empirical themes were grouped into four categories: community; violence in
the territory; consequences of violence on the health of community health agent and
strategies for coping with violence used by them. They report that they witness and
suffer violence at work, being necessary, at times, to suspend or postpone
activities. The effects of violence are singular, and their form of coping is variable,
leading to disruption of interpersonal relationships, illness and absenteeism. Being
blind, deaf and dumb was the main strategy to confront violence. It is considered that
it is necessary to invest in training and in strategies to support the ACS, such as
conversation circles, welcoming and listening spaces, as well as the need to develop
a health care plan (physical and mental).
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