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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/67271
IMPACTO DA COVID-19 NAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DESFECHO DO TRATAMENTO E RESPOSTA INFLAMATÓRIA DA TUBERCULOSE PULMONAR
Guimarães, Sabrina Soares | Date Issued:
2023
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
No Brasil, em 2022, foram notificados 78.057 casos de tuberculose (TB), com incidência de 36,6 casos por 100.000 habitantes. Já de covid-19 foram notificados no Brasil mais de 37 milhões de casos até junho de 2023. A pandemia gerou impacto na assistência à saúde da população mesmo em programas já consolidados, como o de controle de TB. As duas doenças compartilham semelhanças clínicas e pouco se sabe da relação entre elas. Já foi descrito que a resposta imune da TB é influenciada negativamente pela presença de comorbidades e que, pacientes com comorbidades quando infectados pelo SARS-CoV-2, apresentam quadros mais graves. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da covid-19 nos achados clínicos, radiológicos, na resposta inflamatória e desfechos do tratamento da TB pulmonar. Este é um estudo prospectivo observacional de uma coorte de casos hospitalizados de TB pulmonar que foram recrutados no Centro Hospitalar covid-19 da Fiocruz. Os pacientes foram agrupados em: Grupo 1 (G1, n=11) - pacientes TB com diagnóstico concomitante de covid-19; Grupo 2 (G2, n=15) - pacientes TB expostos previamente ao SARS-CoV-2; Grupo 3 (G3, n=16) - pacientes TB sem infecção prévia por SARS-CoV-2. A maioria dos participantes eram do sexo masculino (G1=72%, G2=53,3% e G3=75%), com idade média entre 32 a 41 anos. A frequência de infecção por HIV foi semelhante nos três Grupos (G1=54,5%, G2=53,3% e G3=50%). Mas a frequência de diabetes mellitus no G3 foi menor (9,1%) em relação ao G1 (27,3%) e G2 (25%). Em relação à gravidade, o G2 apresentou: maior frequência de terapia com oxigênio (53,3%) em relação ao G1 e G3 (27,2% e 37,5%, respectivamente); maior frequência de ventilação mecânica (40%) em relação ao G1 e G3 (9,09% e 18,7%, respectivamente); e maior frequência de hemodiálise (13,3%) em relação ao G1 e G3 (0% e 6,7%, respectivamente) Quanto aos marcadores inflamatórios, o G1 apresentou: valores medianos mais altos de proteína C reativa (13,4mg/dL) em relação ao G3 (9,3mg/dL); maior velocidade de hemossedimentação (85mm/h) em relação ao G2 e G3 (34,5mm/h e 52,5mm/h, respectivamente); e dosagem de ferritina mais alta (1320ng/mL) em relação ao G2 e G3 (1104ng/mL e 713,3ng/mL, respectivamente). Os exames de imagem mostraram o G2 com cavitações maiores (diâmetro mediano=41,3mm) em relação ao G1 (22,35mm) e G3 (31,22mm). As taxas de cura foram semelhantes nos 3 Grupos (G1=27,27%, G2=33,3% e G3=31,25%). No entanto, a taxa de óbito foi maior no G2 (40%) em relação ao G1 e G3 (9,09% e 31,25%, respectivamente). Dessa forma não foi possível associar diretamente a covid-19 com o agravamento da TB em casos em que as duas doenças foram confirmadas em um intervalo de 14 dias. Porém, em pacientes com TB que foram previamente infectados por SARS-CoV-2, observamos mais características associadas à gravidade de doença e maior mortalidade, o que pode nos remeter que a associação entre as duas doenças deve ser estudada em variados períodos de tempo para elucidar melhor essa relação
Abstract
In Brazil, 78,057 new cases of tuberculosis (TB) were reported in 2022, with an incidence of 36.6 cases per 100,000 inhabitants. From covid-19, more than 37 million cases had been reported in Brazil by June 2023. The pandemic of covid-19 has had an impact on the health care of the population even in already consolidated programs, such as TB control. The two diseases share clinical similarities, and little is known about the relationship between them. It has been described that the immune response to TB is negatively influenced by the presence of comorbidities, and that patients with comorbidities, when infected by SARS-CoV-2, present more severe cases. Thus, the aim of this study was to evaluate the influence of covid-19 on clinical, radiological findings, inflammatory response and treatment outcomes of pulmonary TB. This is a prospective observational study of a cohort of hospitalized pulmonary TB cases that were recruited from the covid-19 Hospital Center at Fiocruz. Patients were grouped into: Group 1 (G1, n=11) - TB patients with concomitant diagnosis of covid-19; Group 2 (G2, n=15) - TB patients previously exposed to SARS-CoV-2; Group 3 (G3, n=16) - TB patients without previous SARS-CoV-2 infection. Most participants were male (G1=72%, G2=53.3%, and G3=75%), with a mean age between 32 and 41 years. The frequency of HIV infection was similar in the three groups (G1=54.5%, G2=53.3% and G3=50%). But the frequency of mellitus diabetes in G3 was lower (9.1%) compared to G1 (27.3%) and G2 (25%). Regarding severity, G2 had: higher frequency of oxygen therapy (53.3%) compared to G1 and G3 (27.2% and 37.5%, respectively); higher frequency of mechanical ventilation (40%) compared to G1 and G3 (9.09% and 18.7%, respectively); and higher frequency of hemodialysis (13.3%) compared to G1 and G3 (0% and 6.7%, respectively) As for inflammatory markers, G1 showed: higher median values of C-reactive protein (13.4mg/dL) compared to G3 (9.3mg/dL); higher hemosedimentation rate (85mm/h) compared to G2 and G3 (34.5mm/h and 52.5mm/h, respectively); and higher ferritin dosage (1320ng/mL) compared to G2 and G3 (1104ng/mL and 713.3ng/mL, respectively). Imaging examinations showed G2 with larger cavitations (median diameter=41.3mm) compared to G1 (22.35mm) and G3 (31.22mm). The cure rates were similar in the 3 groups (G1=27.27%, G2=33.3% and G3=31.25%). However, the death rate was higher in G2 (40%) compared to G1 and G3 (9.09% and 31.25%, respectively). Therefore, it was not possible to directly associate covid-19 with worsening TB in cases where both diseases were confirmed within a 14-day interval. However, in TB patients who were previously infected with SARS-CoV-2, we observed more characteristics associated with disease severity and higher mortality, which may suggest that the association between the two diseases should be studied over varying periods of time to better elucidate this relationship
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