Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/67274
COMO (NÃO) ENVELHECER: ROSTO E ENVELHECIMENTO FEMININO NAS REVISTAS ANA MARIA E MARIE CLAIRE
Mulheres
Indústria da Beleza
Meios de Comunicação de Massa
Etarismo
Comunicação em Saúde
Coutinho, Maíra Valério | Date Issued:
2021
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Esta dissertação problematiza as relações entre beleza, saúde e o envelhecimento feminino na sociedade brasileira contemporânea, marcadas por intensos processos de (bio)medicalização. Para tensionar a naturalização desse elo, a beleza é entendida como tecnologia biopolítica que, a partir de diferentes interesses e atores envolvidos, pode acarretar discriminação e estratégias de controle social. Quando associada às prescrições antienvelhecimento, há o reforço, principalmente, do idadismo, associado à manutenção de papéis de gênero e do mercado consumidor da indústria da beleza. Em contraponto, para fazer avançar uma comunicação para além da formação de público consumidor, a partir da manutenção de inseguranças femininas e visando a manutenção de interesses capitalistas e políticas neoliberais, assume-se neste estudo a perspectiva da comunicação e saúde como direitos universais. Seu objeto empírico é formado por duas revistas da "imprensa feminina" voltadas para diferentes segmentos sociais, Ana Maria e Marie Claire. A análise comparativa de enunciados/enunciações se baseia no conceito de contrato de leitura proposto pelo semiólogo, antropólogo e filósofo argentino Eliseo Verón, de forma a considerar as imagens projetadas das revistas e suas leitoras, os vínculos e as relações propostas por cada publicação. Também considerou a configuração histórica e características atuais da “imprensa feminina”. Com esses aportes, foi analisado um conjunto de 30 edições publicado entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020. O período conjuga dois critérios: o calendário que orienta as publicações voltadas para mulheres, marcado por lançamento de coleção de moda e produtos de beleza – no caso a de primavera/verão – e para que se pudesse analisar o período mais recente possível, antes do início da pandemia da COVID-19 Entre seus principais resultados, destaca-se que, embora a velhice esteja em constante discussão e que comporte a abordagem de aspectos positivos, prevalece o ocultamento das marcas do passar do tempo. Isso pode ser notado na antecipação do tema para mulheres cada vez mais jovens, como prevenção do envelhecimento, entendido como manutenção da beleza em aparências joviais. E, ainda, nos rostos lisos, sem rugas, mesmo em mulheres com mais de 40 anos, nas duas publicações. Ana Maria, investe na biomedicalização da alimentação, direcionada para mulheres circunscritas ao âmbito doméstico, familiar e televisivo. Marie Claire assume determinadas pautas feministas, como a diversidade de orientação sexual e defesa de direitos, anguladas para o sucesso profissional e autonomia individual de mulheres sofisticadas e cosmopolitas. Essa invisibilidade do rosto feminino que envelhece nas duas revistas, nos faz perguntar o quão envelhecer é realmente aceito, nos dias de hoje
Abstract
This dissertation discusses the relationship between beauty, health and female aging in contemporary brazilian society, marked by intense processes of (bio)medicalization. To stress the naturalization of this link, beauty is understood as a biopolitical technology that, based on different interests and actors involved, can lead to discrimination and social control strategies. When associated with anti-aging prescriptions, there is the reinforcement, mainly, of ageism, associated with the maintenance of gender roles and the beauty industry's consumer market. On the other hand, to advance communication beyond the formation of a consumer public, from the maintenance of female insecurities and aiming at the maintenance of capitalist interests and neoliberal policies, this study assumes the perspective of communication and health as universal rights. Its empirical object is formed by two magazines of the "female press" aimed at different social demographics, Ana Maria and Marie Claire. The comparative analysis of utterances is based on the concept of reading contract proposed by the argentine semiologist, anthropologist and philosopher Eliseo Verón, in order to consider the projected images of the magazines and their readers, the links and relationships proposed by each publication. It also considered the historical configuration and current characteristics of the “female press”. With these contributions, a set of 30 issues published between September 2019 and February 2020 was analyzed. The period combines two criteria: the calendar that guides publications aimed at women, marked by the launch of fashion and beauty products collections – in this case, the spring/summer – and so that the most recent period possible could be analyzed, before the start of the COVID-19 pandemic Among its main results, it is highlighted that, although old age is under constant discussion and that includes the approach of positive aspects, the hiding of marks of passage of time prevails. This can be noted as increasingly younger women are more encouraged to engage with age prevention, as a form of associating beauty to youthful appearances. And also on smooth, wrinkle-free faces, even in women over 40, in both publications. Ana Maria leans on the biomedicalization of food, aimed at women confined to the domestic, family and television spheres. Marie Claire assumes certain feminist agendas, such as the diversity of sexual orientation and the defense of rights, aimed towards professional success and individual autonomy of sophisticated and cosmopolitan women. This invisibility of aging female faces in both magazines makes us wonder if ageing is really accepted these days
DeCS
EnvelhecimentoMulheres
Indústria da Beleza
Meios de Comunicação de Massa
Etarismo
Comunicação em Saúde
Share