Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/67575
ESPOROTRICOSE DE TRANSMISSÃO NÃO ZOONÓTICA: ASPECTOS CLÍNICOS, TERAPÊUTICOS, IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR E PERFIL DE SUSCETIBILIDADE IN VITRO AOS FÁRMACOS ANTIFÚNGICOS
Sporothrix spp.
Transmissão não zoonótica
Antifúngicos
Teste de Suscetibilidade Antifúngica
Sporothrix spp.
Non-zoonotic Transmission
Antifungals
Antifun-gal Susceptibility Test
microbiologia
transmissão
Sporothrix
Antifúngicos
farmacologia
Testes de Sensibilidade Microbiana
Silveira, Juliana Nahal Sanches da | Date Issued:
2023
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A esporotricose é uma micose de implantação (subcutânea) de distribuição mundial com principal frequência na América Latina causada por Sporothrix spp. No estado do Rio de Janeiro é considerada um problema de saúde pública, com alta morbidade, podendo gerar hospitalizações e óbitos. Sporothrix brasiliensis é o principal agente etiológico sendo considerado o mais virulento do gênero Sporothrix. Estudos direcionados ao grupo de pacientes que adquiriram a infecção por transmissão não zoonótica são escassos. Não há dados que comprovem se existem diferenças de espécie fúngica isolada nesses pacientes em relação aos pacientes infectados por transmissão zoonótica, além das formas clínicas, resposta terapêutica e o perfil de suscetibilidade aos fármacos antifúngicos. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar os aspectos sócio-demográficos, epidemiológicos, clínicos, terapêuticos e o perfil de suscetibilidade in vitro aos antifúngicos. Um total de 43 isolados clínicos de pacientes com esporotricose de transmissão não zoonótica atendidos no INI/Fiocruz entre 2005 e 2020 foram submetidos à análise molecular com base no sequenciamento parcial do gene codificador da calmodulina para identificação da espécie. O perfil de suscetibilidade aos antifúngicos foi determinado pelo método da microdiluição em caldo (CLSI, 2017) e os fármacos anfotericina B (AMB), terbinafina (TRB), itraconazol (ITR), posaconazol (POS) e isavuconazol (ISA) foram testados. Neste estudo, 55,8% dos pacientes eram do sexo masculino e 46,5% relataram episódios de trauma com plantas e/ ou solo. Trinta e nove isolados foram identificados como S. brasiliensis, seguido de S. globosa (3) e S. schenckii (1). A forma linfocutânea foi a mais frequente. ITR foi o fármaco mais utilizado e o desfecho foi de 81,4% de cura Para S. brasiliensis, as concentrações inibitórias mínimas (CIMs) variaram de 0,5 a 8 µg/mL para AMB; 0,03 a 0,12 µg/mL para TRB; 0,5 a 8 µg/mL para ITR; 0,25 a 2 µg/mL para POS e 0,5 a 4 µg/mL para ISA. Enquanto para S. globosa, variaram de 1 a 4 µg/mL para AMB; 0,06 a 0,12 µg/mL para TRB; 1 a 2 µg/mL para ITR e POS; 2 a 4µg/mL para ISA. Sporothrix schenckii apresentou CIM de 8 µg/mL para AMB; 0,25 µg/mL para TRB e 4 µg/mL para os azólicos testados. Dois isolados de S. brasiliensis foram classificados como cepa tipo não selvagem (non-WT): um para AMB e outro para ITR; enquanto um isolado de S. schenckii foi classificado como non-WT para todos os fármacos testados. Neste estudo, concluiu-se que o grupo masculino foi predominante e a fonte de infecção mais frequente foi associada aos relatos de contato e/ou trauma com plantas e solo. Sporothrix brasiliensis foi o principal agente identificado e estava vinculado a todas as fontes de infecções relatadas, demonstrando que a espécie está presente também em fontes ambientais; além de ter sido associada a todas as formas clínicas, inclusive nas graves. Não foi possível associar a resposta terapêutica aos valores das CIMs mais altas dos pacientes com esporotricose de transmissão não zoonótica, mostrando que os resultados de suscetibilidade aos antifúngicos não são o único guia para o sucesso da terapia da esporotricose
Abstract
Sporotrichosis is an implantation mycosis (subcutaneous) of worldwide distribution, with main frequency in Latin America caused by Sporothrix spp. In the state of Rio de Janeiro, it is considered a public health problem, with high morbidity, which can lead to hospitalizations and deaths. Sporothrix brasiliensis is the main etiological agent and is considered the most virulent of the genus Sporothrix. Studies aimed at the group of patients who acquired the infection through non-zoonotic transmission are scarce. There are no data to prove whether there are differences in the fungal species isolated from these patients in relation to patients infected by zoonotic transmission, in addition to clinical forms, therapeutic response and susceptibility profile to antifungal drugs. Thus, the objective of this work was to evaluate the socio-demographic, epidemiological, clinical, therapeutic aspects and the in vitro susceptibility profile to antifungal agents. A total of 43 clinical isolates from patients with non-zoonotic transmission sporotrichosis treated at the INI/Fiocruz between 2005 and 2020 underwent molecular analysis based on partial sequencing of the calmodulin-coding gene for species identification. The antifungal susceptibility profile was determined by the broth microdilution method (CLSI, 2017) and the drugs amphotericin B (AMB), terbinafine (TRB), itraconazole (ITR), posaconazole (POS) and isavuconazole (ISA) were tested. In this study, 55.8% of patients were male and 46.5% reported episodes of trauma with plants and/or soil. Thirty-nine isolates were identified as S. brasiliensis, followed by S. globosa (3) and S. schenckii (1). The lymphocutaneous form was the most frequent. ITR was the most used drug and the outcome was 81.4% cure For S. brasiliensis, the minimum inhibitory concentrations (MICs) ranged from 0.5 to 8 µg/mL for AMB; 0.03 to 0.12 µg/ml for TRB; 0.5 to 8 µg/ml for ITR; 0.25 to 2 µg/mL for POS and 0.5 to 4 µg/mL for ISA. While for S. globosa, they ranged from 1 to 4 µg/mL for AMB; 0.06 to 0.12 µg/ml for TRB; 1 to 2 µg/mL for ITR and POS; 2 to 4µg/ml for ISA. Sporothrix schenckii presented MIC of 8 µg/mL for AMB; 0.25 µg/mL for TRB and 4 µg/mL for the azoles tested. Two S. brasiliensis isolates were classified as non-wild-type (non-WT) strains: one for AMB and the other for ITR; while an isolate of S. schenckii was classified as non-WT for all drugs tested. In this study, it was concluded that the male group was predominant and the most frequent source of infection was associated with reports of contact and/or trauma with plants and soil. Sporothrix brasiliensis was the main agent identified and was linked to all sources of infections reported, demonstrating that the species is also present in environmental sources; in addition to being associated with all clinical forms, including severe ones. It was not possible to associate the therapeutic response to the highest MIC values of patients with non-zoonotic transmission sporotrichosis, showing that the results of susceptibility to antifungal agents are not the only guide for the success of sporotrichosis therapy
Keywords in Portuguese
EsporotricoseSporothrix spp.
Transmissão não zoonótica
Antifúngicos
Teste de Suscetibilidade Antifúngica
Keywords
SporotrichosisSporothrix spp.
Non-zoonotic Transmission
Antifungals
Antifun-gal Susceptibility Test
DeCS
Esporotricosemicrobiologia
transmissão
Sporothrix
Antifúngicos
farmacologia
Testes de Sensibilidade Microbiana
Share