Monitoramento de dados do acolhimento à demanda espontânea em uma unidade de saúde da família da Bahia

Abstract

Introdução: O Ministério da Saúde reconhece que o acolhimento constitui-se parte do processo de mudança de atitude dentro dos serviços de saúde. Insere-se nas modalidades de acolhimento, o atendimento à demanda espontânea, que se refere à lógica de receber e realizar a escuta qualificada do usuário e de suas necessidades de saúde, dando a correta orientação e resolução. Organizar-se a partir do acolhimento dos usuários exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades de saúde da população. Este estudo tem por objetivo evidenciar a ampliação do acesso e a necessidade de reorganização do processo de trabalho por meio do monitoramento dos dados do acolhimento à demanda espontânea em uma unidade de saúde da família de um município da Bahia. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de abordagem qualitativa- quantitativa que ocorreu em uma Unidade de Saúde da Família (USF) de um município da Bahia no período de abril de 2022 a abril de 2023. Os dados foram gerados a partir do preenchimento do formulário denominado como triagem de acolhimento, utilizando as seguintes variáveis para análise: equipe de saúde, motivo da procura e classificação de risco. Resultados e discussão: No período do estudo foram realizados 3007 atendimentos no acolhimento, onde os principais usuários que acessaram eram correspondentes à equipe 1, território mais próximo a unidade. O maior motivo de procura ao atendimento foram as queixas agudas, sendo as principais a síndrome gripal, doenças de pele, mordedura de animal, dor de cabeça, dor de ouvido e dores no corpo, que se iniciam repentinamente, constatando assim que o acolhimento está seguindo a função proposta Além disso, houve também a reorganização do agendamento das demandas programadas. Considerações finais: O monitoramento dos dados do acolhimento a demanda espontânea permitiu aos profissionais da USF visualizar objetivamente duas dimensões constitutivas do acolhimento, que foram a ampliação do acesso e a reorganização do processo de trabalho. Deste modo, é essencial discutir constantemente o modelo e fluxo do acolhimento, visto que é um espaço fluido e constituído de vários atores e saberes, onde todos podem contribuir para a construção de um acolhimento à demanda espontânea mais resolutivo, direcionado e acolhedor, tendo sempre como guias os Cadernos de Atenção Básica e os protocolos municipais.