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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/68018
VIOLÊNCIAS NO TERRITÓRIO E CONSTRUÇÃO DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL
Carneiro, Sabrina Vitória dos Santos | Date Issued:
2024
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Abstract in Portuguese
Representando o primeiro contato das pessoas com o sistema de saúde municipal, a Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma potente ferramenta reorganizadora da Atenção Primária à Saúde e um local estratégico na assistência em saúde mental. A concepção de cuidado à saúde deste modelo é centrada nos indivíduos, suas famílias e na comunidade, de maneira que a equipe multiprofissional deve considerar todo o contexto biopsicossocial envolto nos processos de saúde-doença-cuidados em saúde mental, no qual as diversas violências surgem como importantes elementos. Tendo isso em vista, este relato de experiência objetiva elucidar a vivência de oferta de cuidados multiprofissionais em saúde mental na ESF em um território atravessado por distintas violências. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e caráter descritivo dentro de uma perspectiva crítico-reflexiva com apoio teórico-metodológico de materiais bibliográficos de livros, banco de dados de universidades e das plataformas BVS, Elsevier e Scielo. Os dados deste relato foram coletados por meio da observação participante das atividades ofertadas pela equipe multiprofissional de uma Unidade de Saúde da Família de Salvador, Bahia, Brasil entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2024 e foram sistematizados através das anotações de uma residente de psicologia. Nesse sentido, os resultados apontam que as equipes de Saúde da Família (eSF) disponibilizaram à comunidade diversas ofertas exitosas de cuidados em saúde mental frente às vivências de violências. A assistência prestada vai desde a escuta clínica até o manejo das demandas psicossociais. Essas práticas só foram possíveis devido ao investimento dos profissionais no vínculo com a comunidade e em qualificação técnico-científico das eSF, mas nem sempre foi assim No primeiro ano de residência, ao serem manifestadas quaisquer vulnerabilidades socioeconômicas, sofrimentos psíquicos e/ou emoções, a assistência daquele sujeito era direcionada a psicóloga. O reconhecimento da psicóloga como local de apoio técnico-pedagógico diminuiu consideravelmente os acionamentos para atendimentos individuais e possibilitou a capacitação dos profissionais para melhor atender as pessoas em adoecimento mental. Através dessa experiência é possível conceber que o investimento de órgãos públicos de saúde na qualificação das eSF permitiria uma melhora na assistência em saúde mental, contribuindo para o crescimento dos profissionais da atenção básica
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