Retrospectivas e ressignificações: o relato de uma residente cirurgiã dentista que se (re)descobriu enquanto profissional na saúde da família

Abstract

O Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu a partir de um movimento de construção coletiva denominado Reforma Sanitária Brasileira. Este movimento, por sua vez, contou com a participação ativa de profissionais técnicos em saúde, representantes da sociedade civil e cidadãos comuns. De acordo com sua estrutura organizacional, descrita através da Lei 8080/90, o SUS é dividido em três esferas de atenção em nível crescente de complexidade, a saber: atenção primária, secundária e terciária. A atenção primária em saúde (APS) é, prioritariamente, organizada a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF), representada pelas Unidades de Saúde da Família (USF). Este trabalho, portanto, trata-se de um memorial de formação, a partir de vivências no contexto da APS, oportunizadas através da Residência Multiprofissional em Saúde da Família, pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Durante os dois anos de formação da residência (2022-2024) fiquei alocada na USF Dom Avelar, unidade de saúde localizada no município de Salvador. O processo de aprendizagem na residência abrange o processo de trabalho no serviço e também os momentos pedagógicos com o corpo pedagógico da FESF-SUS. Portanto, neste período, tive a oportunidade de vivenciar experiências incríveis que me causaram um movimento de ressignificação e reconstrução na minha forma de atuar como cirurgiã dentista, para além do consultório odontológico. Este memorial apresenta caráter descritivo e, por vezes, traz reflexões acerca dos aprendizados e evoluções alcançadas