Imunogenicidade e reatogenicidade da vacina de febre amarela (17DD) em pessoas vivendo com HIV: (YF-HIV)

Abstract

Introdução: Há uma escassez de dados na literatura científica sobre a vacina de Febre Amarela (FA) nas pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Artigo 1: Recrutou-se 218 PVHIV com CD4 ≥200 células/μL e 82 controles HIV(-), idade entre 18 e 59 anos, sem histórico de vacina de FA. No dia 0 (D0), todas PVHIV faziam uso de terapia antirretroviral (ARV); 92,6% tinham carga viral (CV-HIV) ≤40 cópias/ml; mediana de CD4=630 células/μL. Não houve eventos adversos graves. Em D30, a soroconversão foi observada em 98,6% das PVHIV e 100% dos controles HIV(-); no Ano 1, 94,0% PVHIV e 98,4% dos controles HIV(-). As PVHIV tiveram a média geométrica dos títulos de anticorpos neutralizantes contra FA mais baixos no D30 e no Ano 1 do que os controles HIV(-). Conclusões: A imunogenicidade da vacina 17DD diminui ao longo de 1 ano e está prejudicada em PVHIV em uso de ARV, principalmente entre aquelas com CV-HIV ≥1.000 cópias/ml, CD4 baixo e baixa relação CD4/CD8, comparada aos controles HIV(-). Artigo 2: Análise secundária de estudo prospectivo longitudinal. Incluiu 202 PVHIV e 68 controles HIV(-) para dose única da vacina 17DD em participantes não reativos para anticorpos neutralizantes contra FA (na inclusão) e resultados de 17DD disponíveis (Dias 5 e 30). A viremia 17DD foi encontrada em 20,0% dos participantes e foi duas vezes mais frequente em PVHIV do que em controles HIV(-). Neutrófilos, linfócitos e plaquetas caíram no D5 e retornaram aos valores basais no D30. Conclusões: A vacina 17DD foi segura e bem tolerada em PVHIV com CD4 ≥200 células/µl. A viremia 17DD pós-vacinação foi mais frequente em PVHIV do que nos controles HIV(-) e foi associada a um nadir inferior de linfócitos e plaquetas. Diminuições transitórias e autolimitadas nos linfócitos e neutrófilos ocorreram logo após a vacinação.