Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/68168
ENTRE VIDAS E DISPAROS: O QUE NOS CONTAM OS TRABALHADORES DA ATENÇÃO BÁSICA QUE ATUAM EM FAVELAS SOBRE SAÚDE, SOFRIMENTO E VIOLÊNCIA
Mental Health
Primary Care
Racism
Violência
Atenção Primária à Saúde
Saúde Mental
Racismo
Territorialidade
Conflitos Armados
Costa, Viviani Cristina | Date Issued:
2024
Alternative title
Between lives and shots: what primary care workers who work in favelas tell us about health, suffering and violenceAuthor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A pesquisa buscou compreender a relação entre a violência armada e o sofrimento mental a partir da percepção de profissionais da atenção básica do município do Rio de Janeiro, com experiência de trabalho em territórios descritos como conflagrados pela disputa de poder ilegal e armada. Para abarcar a complexidade do tema eu me debruço sobre dois conjuntos de indagações, que se interrelacionam a diferentes campos do conhecimento: i) os territórios no campo da saúde e, mais especificamente, do descritivo conflagrado; ii) o fenômeno da violência urbana - considerando às disputas armadas pelo poder e comando do tráfico de drogas em territórios conflagrados de favelas – e seus impactos no cotidiano do cuidado e no planejamento e execução das ações em saúde na atenção básica. A partir da autoetnografia e da realização de entrevistas com os trabalhadores das equipes da Estratégia de Saúde da Família, que atuam em favelas que vivenciam conflitos armados no município, eu demonstro a sobreposição de invisibilidades e violências que geram sofrimento mental e expõem vários desafios e dilemas na prestação do cuidado nas favelas O que tem impactado a acessibilidade nas redes de saúde; provocado a desestabilização de outras condições de saúde, como as doenças crônicas, e o aumento das mortes consideradas evitáveis; imposto dificuldades na manutenção das equipes, em especial da categoria médica; e é percebido como um dos componentes que geram restrições à construção do cuidado intra e intersetorial. Proponho a ampliação do conceito de território conflagrado com o intuito de abarcar os processos sociais relacionados ao fenômeno da violência e dar visibilidade à necessidade da efetiva transformação das condições de vida e saúde das coletividades. Assim como, a necessidade de expandir as pesquisas nesse tema, incluindo o conhecimento da população envolvida e o seu entendimento sobre quais são as mudanças necessárias e os caminhos que podem ser construídos como possibilidade de avanços para uma efetiva transformação social e de saúde, com vistas a diminuir as injustiças sociais desse país.
Abstract
The research sought to understand the relationship between armed violence and mental suffering based on the perception of primary care professionals in the city of Rio de Janeiro, with experience working in territories described as conflicted by illegal and armed power struggles. To encompass the complexity of the topic, I focus on two sets of questions, which are interrelated to different fields of knowledge: i) territories in the field of health and, more specifically, the descriptive conflict; ii) the consequences of urban violence - considering the armed disputes for power and command of drug trafficking in conflict territories of favelas - and its impacts on the daily care and on the planning and execution of health actions in primary care. Based on autoethnography and interviews with workers from Family Health Strategy teams working in favelas experiencing armed conflicts in the city, I demonstrate the overlapping of invisibilities and violence that generate mental suffering and expose several challenges and dilemmas in the provision of care in favelas This has impacted accessibility in health networks; caused the destabilization of other health conditions, such as chronic diseases, and increased deaths considered preventable; imposed difficulties in maintaining teams, especially in the medical category; and is perceived as one of the components that generate restrictions on the construction of intra and intersectoral care. I propose expanding the concept of conflict territory with the intention of encompassing social processes related to the aspect of violence and giving visibility to the need to effectively transform the living and health conditions of communities. Likewise, it is necessary to expand research on this topic, including knowledge of the population involved and their understanding of what changes are possible and the paths that can be built as possibilities for progress towards effective social and health transformation, with a view to reducing social injustices in this country.
DeCS
ViolenceMental Health
Primary Care
Racism
Violência
Atenção Primária à Saúde
Saúde Mental
Racismo
Territorialidade
Conflitos Armados
Share