Avaliação da presença de coronavírus e vírus influenza A em amostras de morcegos de uma área da Mata Atlântica, região metropolitana do Rio de Janeiro e avaliação de protocolos de metagenômica para recuperação de genoma viral

Abstract

Os morcegos (Chiroptera) são reservatórios ou hospedeiros para uma grande diversidade de vírus que ameaçam a saúde humana, incluindo Marburg, Raiva e coronavírus causadores de síndromes respiratórias agudas, como MERS, SARS e COVID19. Diante da grande diversidade genética dos agentes virais detectados em morcegos e a proximidade destes animais com áreas urbanas, a possibilidade de surgimento de um vírus potencialmente patogênico para humanos é factível, o que pode favorecer o transbordamento reverso (‘spillback’) de humanos para fauna silvestre nativa. O objetivo geral deste trabalho foi fazer a investigação da circulação de vírus potencialmente causadores de doenças respiratórias em humanos em área de Mata Atlântica na cidade do Rio de Janeiro, como os vírus Influenza A (Orthomyxoviridae) e coronavírus diversos (Coronaviridae), incluindo o monitoramento de possível infecção de morcegos sul-americanos pelo SARS-CoV- 2 e testar protocolos de metagenômicas para recuperação de genomas virais de amostras previamente positivas para coronavírus. Foram amostrados 390 morcegos dentro do período de agosto de 2020 até setembro de 2022, abrangendo três famílias: Molossidae, Vespertilionidae e Phyllostomidae, desses morcegos testados foi possível detectar a presença de Alphacoronavirus em 17 indivíduos. O trabalho conta com a percepção de dois protocolos de metagenômica onde foi possível obter sucesso com um dos protocolos, conseguindo fazer a recuperação do genoma viral de uma amostra previamente positiva para coronavírus.