Impacto das variáveis climáticas na incidência de dengue, Zika e chikungunya no Brasil: uma análise espaço-temporal de 2017 a 2024

Abstract

Os arbovírus representam um desafio significativo para a saúde pública no Brasil e nas demais regiões tropicais e subtropicais ao redor do mundo. No Brasil, Aedes aegypti é o principal vetor de dengue, Zika e chikungunya. Mudanças climáticas podem influenciar diretamente o ciclo reprodutivo do mosquito, afetando sua distribuição, ciclo biológico, período de incubação extrínseco viral e, consequentemente, a incidência dessas doenças. Compreender como variações climáticas impactam a incidência dessas arboviroses no Brasil é essencial para prever surtos e otimizar políticas de controle. Este estudo analisou o impacto de temperatura, precipitação e umidade na incidência de arboviroses no Brasil de 2017 a 2024. A pesquisa utilizou uma análise espaço-temporal dos dados epidemiológicos e climáticos em 26 unidades federativas brasileiras, aplicando modelos correlacionais para avaliar as relações entre variáveis climáticas e a incidência de casos de arboviroses. Os resultados indicaram que, dentre as variáveis climáticas estudadas, a temperatura e precipitação foram as mais influentes na dinâmica de incidência de arboviroses analisadas, com variações entre diferentes regiões do país. O estudo também revelou que, a partir de 2022, a incidência de casos passou a ser mais impactada pelas variações climáticas locais, sugerindo uma correlação mais estreita entre mudanças climáticas e o comportamento epidemiológico das arboviroses. Sendo assim, este trabalho demonstrou que as mudanças climáticas regionais desempenham um papel cada vez mais relevante na dinâmica de arboviroses no Brasil, ressaltando a importância de considerar essas variáveis climáticas no desenvolvimento e aprimoramento de modelos de predições de incidência.