Adesão ao exame citopatológico: um estudo com usuárias das unidades básicas de saúde em áreas de risco no Distrito Federal

Abstract

O tema central desta Dissertação de Mestrado é a adesão ao exame citopatológico pelas usuárias dos serviços de saúde nas unidades do Distrito Federal. A cada ano, milhares de mulheres morrem em decorrência do câncer de colo de útero, uma doença que pode ser prevenida com a realização regular do exame de Papanicolau (PCCU) . A detecção precoce é essencial para salvar vidas, permitindo tratamentos mais eficazes e melhores chances de cura. Este estudo tem como objetivo compreender as motivações para a adesão ao exame citopatológico pelas mulheres atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas em áreas vulnerabilizadas do Distrito Federal (DF), especificamente nas regiões da Cidade Estrutural e Sol Nascente. A pesquisa, de natureza quantitativa, foi realizada entre junho e agosto de 2024 e incluiu 261 mulheres convidadas por meio de mensagens de texto via WhatsApp. Destas, 86 participaram da pesquisa. A amostra foi predominantemente composta por mulheres em idade reprodutiva, com destaque para as faixas etárias de 30-34 e 35-39 anos. Boa parte das participantes possuía ensino médio completo (44,2%), e 72,1% tinham conhecimento sobre o exame de Papanicolaou. A maioria das participantes realizava o exame no Sistema Único de Saúde (SUS) e a frequência de realização variou entre anualmente (44,2%) e a cada três anos (27,9%). As principais motivações para a adesão ao PCCU foram relacionadas à percepção de sua importância para a saúde (67%) e ao fácil acesso ao serviço (11%). Por outro lado, as principais barreiras mencionadas para o não retorno aos serviços de saúde foram "vergonha" (23%), "esqueci" (18%) e "falta de tempo" (11%) A metodologia quantitativa aplicada envolveu a coleta de dados por meio de um questionário estruturado, com análise estatística dos dados obtidos, permitindo identificar padrões, tendências e associações entre variáveis, como a frequência do exame e fatores sociodemográficos das participantes. O estudo também identificou associações significativas entre a frequência de realização do exame e a ausência de interferências para realizá-lo, além de uma relação entre a escolaridade e o momento de realização do primeiro PCCU. A análise qualitativa revelou que as mulheres percebem o exame como essencial para a saúde, mas enfrentam desafios relacionados ao acesso e ao desconforto emocional. A pesquisa destaca a importância de estratégias de mobilização social e de capacitação dos profissionais de saúde para superar as barreiras culturais, emocionais e logísticas, promovendo uma maior adesão ao exame de Papanicolaou e, consequentemente, a prevenção do câncer de colo de útero nas populações vulneráveis. Este Trabalho de Conclusão de Mestrado é fruto do Programa de Pós-graduação stricto sensu Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE).