Associação entre função cognitiva e saúde mental em pessoas idosas: análise seccional do ELSA Brasil

Abstract

Devido à diminuição das taxas de mortalidade e natalidade, diversos países estão enfrentando o fenômeno do envelhecimento populacional. É fundamental aprofundar a compreensão das questões que envolvem o envelhecer, inclusive em seu contexto ambiental, considerando assim a estreita relação entre saúde e o meio. Dentre muitos instrumentos disponíveis para avaliar a funcionalidade da pessoa idosa, fatores como saúde cognitiva e saúde mental são amplamente mencionados especialmente quando apreciada a qualidade de vida do indivíduo. Para mensurar a associação entre a ocorrência de transtornos mentais comuns e desempenho cognitivo foram considerados os testes de rastreio cognitivos (função executiva, memória e fluência) e os escores do instrumento para medir saúde mental (CIS-R) aplicados no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Na dissertação, foram analisados os dados de 5.818 pessoas idosas avaliadas na terceira onda de coleta de dados do ELSA-Brasil. Os resultados do estudo apontam que o grupo que apresentou bom desempenho cognitivo e escores de boa saúde mental (padronizado anteriormente) era majoritariamente masculino (87,4%), mais idoso, com maior escolaridade e profissionalmente ativo, viviam com companheiro/a e relatavam muito boa avaliação de sua saúde. Na avaliação cognitiva, os idosos sem transtornos mentais comuns tiveram desempenho superior em vários testes, mas os testes fonêmicos revelaram uma desvantagem em relação aos semânticos. Observou-se, também, diferenças significativas entre os níveis de gravidade do Transtorno Mental Comum e os testes cognitivos. Concluiu-se que, considerando a vulnerabilidade e aspectos protetores como educação e suporte social, há necessidade de programas de saúde mental direcionadoas à população idosa.