A odontologia e o controle da transmissão do SARS-CoV-2: conhecimentos, atitudes e práticas de graduandos

Abstract

A COVID-19, provocada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença de transmissão aérea por bioaerossóis gerados por secreções nasais, orofaríngeas e pulmonares, que transferem o vírus através de gotículas durante a fala, tosse, espirro e pelo contato em superfícies e objetos contaminados. Os profissionais que lidam de forma direta nos ambientes de serviços de atenção à saúde têm maior possibilidade de contaminação, e a Odontologia tem maior possibilidade de contaminação, dada a atuação direta na cavidade oral e produção de aerossóis por rotatórios, além do contato constante em superfícies do ambiente. Nesse contexto, é imprescindível a aderência às condutas corretas de prevenção à contaminação pelo SARSCoV- 2. Como parte de sua formação profissional, os estudantes de Odontologia atuam diretamente nas clínicas-escolas de seus cursos, nas quais o cuidado da prática profissional deve ser tomado quanto às precauções padrão preconizadas para o controle às infecções. Os estudantes de Odontologia apresentam lacunas nas práticas corretas de biossegurança, assunto de extrema relevância a partir da pandemia de COVID-19 e da possibilidade de eclosão de outras doenças de alcance global. O estudo propôs um levantamento de dados para a avaliação de conhecimento, atitudes e práticas (CAP) de estudantes no último período de formação em Odontologia. A pesquisa se baseou em metodologia qualiquantitativa, através de um estudo epidemiológico transversal descritivo de caráter exploratório, com aplicação de formulários e a análise descritiva na construção dos resultados. Os participantes foram os estudantes do último período de formação profissional de três instituições de ensino. Os resultados demonstraram que o conhecimento dos graduandos é adequado, embora as práticas e atitudes apresentem deficiências A maioria dos alunos considera ter boa formação relacionada às normas e diretrizes de biossegurança e autoavalia segurança para atuar profissionalmente com os conhecimentos de biossegurança e de prevenção da COVID-19 adquiridos na formação, embora a insegurança persista em alguns. Os resultados obtidos nesse estudo poderão ser utilizados como elementos norteadores na formação dos profissionais de Odontologia, contribuindo para reflexão sobre biossegurança e prática profissional em tempos de doenças emergentes e reemergentes.