Saúde sexual e reprodutiva de mulheres beneficiárias do Programa Bolsa Família

Abstract

O Programa Bolsa Família é um modelo eficiente capaz de atenuar a fome, melhorar a escolaridade e a assistência à saúde devido aos critérios definidos para o acesso ao benefício (BRAGA, 2017). Assim, combatendo a miséria, exclusão social e proporcionando a autonomia das famílias mais pobres (WEISSHEIMER, 2006). Ainda existe muito preconceito contra as beneficiárias do PBF, estimulado pela mídia e alguns gestores políticos, que as definem como ociosas, que engravidam intencionalmente para viver às custas do benefício, mesmo estudos apontando o declínio da taxa de fecundidade entre mulheres mais vulneráveis. O objetivo do presente estudo é analisar a percepção das beneficiárias do PBF quanto à perspectiva da sociedade em relação ás mulheres beneficiárias atendidas por programas sociais, incluindo sua autonomia relacionada à saúde sexual e direitos reprodutivos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo e exploratório, com abordagem pautada em Schutz, realizada com mulheres maiores de 18 anos titulares do PBF, guiada por roteiro de entrevistas, com a amostra definida por critérios de saturação. Participaram cerca de 6 a 12 titulares do PBF em julho de 2021, nas Unidades de Saúde da Família (USF), que foram selecionadas por meio de amostra não probabilística dos Distritos Sanitários (DS) II e III, no município do Recife-PE. As entrevistas foram gravadas e transcritas para a análise narrativa do conteúdo. O estudo respeitou as diretrizes e critérios estabelecidos na resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), cujos preceitos éticos estão definidos quanto ao zelo pela legitimidade, privacidade e sigilo das informações. Os resultados identificaram que as mulheres participaram de atividades relacionadas à saúde sexual e reprodutiva nas unidades de saúde da família, sobretudo para orientação do uso de métodos contraceptivos e cuidados com a saúde sexual, ratificando a queda na Taxa de Fecundidade Total, principalmente entre as mulheres em condições de maior vulnerabilidade social, porém questões do cotidiano ainda são barreiras para a educação em saúde dessas mulheres.