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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/69960
RELATO DE EXPERIÊNCIA DA IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL DE USUÁRIOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS DE UMA EQUIPE DE UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: REFLEXÕES SOBRE A LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO
Lima, Amanda de Brito Tavares de | Date Issued:
2022
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil.
Abstract in Portuguese
As doenças crônicas não transmissíveis representam os agravos mais prevalentes em todo o mundo, com a Hipertensão Arterial Sistêmica e o Diabetes Mellitus entre as condições mais frequentes. No Brasil predominam sistemas de atenção à saúde que se destinam a suprir demandas agudas e não respondem adequadamente à necessidade de assistência continuada aos doentes crônicos. A Atenção Primária à Saúde, por sua vez, corresponde a um modelo de cuidados pautados essencialmente na longitudinalidade. Neste contexto, a continuidade informacional é fundamental para apoiar condutas da equipe de saúde, de modo que possibilita a comunicação interprofissional, o resgate de informações e melhor planejamento das ações futuras. Diante da recente implantação da Unidade de Saúde da Família de Fazenda Grande III, em Salvador, e da escassez de dados sobre a população adscrita, este trabalho relata a experiência de uma médica residente em Medicina de Família e Comunidade sobre a construção e análise de um banco de dados de pacientes pertencentes a uma equipe da USF Fazenda Grande III, portadores de hipertensão/ diabetes, atendidos no período entre Julho de 2020 e Agosto de 2021. A amostra foi composta ao total por 165 usuários, dentre os quais observou-se o predomínio de hipertensos (90%, contra 43% portadores de diabetes), com elevada prevalência de hipertensão coexistente entre os diabéticos. Em sua maioria os usuários eram mulheres, com idade média acima de 60 anos e risco cardiovascular elevado. Obesidade, dislipidemia e dispepsia foram os problemas mais registrados no grupo em associação às patologias estudadas. Houve acentuado predomínio de consultas apenas com médico, com somente 0,03% atendidos também por profissionais de enfermagem e verificou-se atraso no retorno para consulta de acompanhamento em 64% dos usuários O trabalho foi desenvolvido integralmente durante a pandemia de SARS COV2 e os resultados encontrados sofreram o impacto de restrições do acompanhamento clínico devido a necessidade de isolamento. Os achados refletem a situação de desassistência à saúde que a população local já enfrentava, combinada à provável piora das condições crônicas ao longo da pandemia. Além das dificuldades inerentes ao contexto pandêmico, evidencia-se a importância da superação de modelos médico-centrados e da cooperação interdisciplinar para a assistência longitudinal
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