O cuidado em saúde mental: caminhos trilhados por usuários de uma unidade básica de saúde do Distrito Federal

Abstract

Este estudo apresenta uma reflexão sobre os percursos trilhados por pacientes com diagnóstico de transtorno depressivo e/ou transtorno de ansiedade na busca por cuidados em saúde mental. O objetivo é analisar os modos e as redes de cuidado desses pacientes, identificando os recursos utilizados e os desafios enfrentados. Trata-se de um estudo de campo descritivo, com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados, foram utilizados dois instrumentos: um questionário socioeconômico e uma entrevista semiestruturada, composta por perguntas norteadoras. A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo, conforme proposta por Bordin. Os resultados do questionário socioeconômico revelaram algumas características dos 10 participantes. Em relação ao gênero, a amostra foi equitativamente distribuída entre homens e mulheres. Quanto ao estado civil, 50% eram solteiros, e, no que se refere à escolaridade, metade possuía ensino médio completo. A faixa etária predominante variou entre 33 e 40 anos. A partir das narrativas obtidas, emergiram três categorias empíricas: "O que significa se cuidar", que explora as percepções dos entrevistados sobre o conceito de cuidado e sua importância na manutenção da saúde mental. A segunda categoria é "Estratégias de cuidado" que aborda as diferentes estratégias adotadas pelos participantes para cuidar da saúde mental, incluindo espiritualidade, atividade física, participação em grupos, uso de medicamentos, lazer, socialização e acompanhamento psicológico e psiquiátrico. A terceira categoria é "O lugar de cuidado: caminhos percorridos" que analisa os trajetos percorridos pelos participantes em busca de assistência em saúde mental, bem como as redes formais e informais de apoio utilizadas. Os achados da pesquisa reforçam a importância do tratamento profissional aliado a abordagens complementares, promovendo um cuidado integral e alinhado ao conceito ampliado de saúde mental, a compreensão das redes de apoio e das estratégias utilizadas pelos pacientes pode contribuir para a formulação de políticas públicas mais eficazes.