Uso da ivermectina para prevenção da COVID-19 e o Modelo de Crenças em Saúde

Abstract

A COVID-19 desafiou a ciência na busca por tratamentos que controlassem a doença. Inicialmente, diversos estudos foram realizados com medicamentos já existentes. Observou-se um elevado consumo de medicamentos sem evidência de eficácia científica para a COVID-19, como a ivermectina. O presente trabalho objetivou analisar a relação entre o uso da ivermectina para prevenção da COVID-19 e as crenças em saúde. Este estudo parte do pressuposto de que as crenças podem ter um efeito sobre a decisão de usar ivermectina para prevenir a COVID-19, e para isso, utiliza como referencial teórico, o Modelo de Crenças em Saúde. Um websurvey foi disparado nas redes sociais entre 23 de outubro a 1 de novembro de 2022, totalizando 404 respondentesOs dados foram submetidos à análise estatística por meio da utilização do programa estatístico SPSS versão 22. Os resultados indicaram que a maioria dos participantes não fez uso de medicamentos para prevenir a COVID-19 em 2020. Entre aqueles que utilizaram, a maior parte fez uso por conta própria, sendo influenciados principalmente pela família. O medicamento mais usado para prevenção da COVID-19 foi a ivermectina, seguido da azitromicinaa. Os participantes com idade superior a quarenta anos, que tomaram até duas doses da vacina contra COVID-19 ou que tinham menor percepção de gravidade percebida fizeram mais uso da ivermectina para prevenção da COVID-19 em 2020. O estudo indicou que existem muitos fatores envolvidos na decisão de usar a ivermectina. A compreensão das crenças de saúde dos participantes, as características socioeconômicas e as condições de saúde possibilitaram o entendimento do uso da ivermectina para prevenção da COVID-19.