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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/70366
A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS DE 0 A 3 ANOS COM ALTERAÇÕES DO DESENVOLVIMENTO NEUROMOTOR
Vitorino, Laura Costa Macena | Date Issued:
2025
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Cronicamente Adoecidos. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: A Participação é um dos componentes da funcionalidade e é definida pelo envolvimento do indivíduo em situações de vida diária (OMS., 2013). No entanto, crianças com disfunção neuromotora e alterações do desenvolvimento apresentam limitações de mobilidade em decorrência de deficiência cinético funcionais relacionados aos componentes articulares, musculares ou do controle motor, que causam restrições da participação no âmbito domiciliar ou comunitário. Objetivo: Avaliar a evolução da participação de crianças de 0 a 3 anos com alterações do desenvolvimento neuromotor em tratamento fisioterapêutico ambulatorial em um hospital de referência à saúde materno infantil. Métodos: Foi realizada uma pesquisa tipo longitudinal de caráter observacional e prospectiva entre janeiro e julho de 2024. A amostra foi de conveniência composta pelos pacientes em atendimento no ambulatório de Fisioterapia Neurofuncional do IFF/Fiocruz. Entre os dados coletados, estão as características clínicas, fatores socioeconômicos e de mobilidade e participação das crianças com disfunções neuromotoras no período do estudo. Esses dados foram obtidos a partir da consulta aos prontuários, de questionário socioeconômico obtido com os pais/responsáveis da criança, seguido pela avaliação das habilidades motoras do paciente e caraterísticas de participação no contexto familiar e das atividades diárias. Os dados foram analisados utilizando-se estatística descritiva para apresentação das informações, com distribuição de frequências, cálculos de medidas de tendência central e de posição, medidas de dispersão e construção de gráficos; e análise de probabilidade, com cálculo de razão de chances e uso de testes de hipótese, através do programa Epi Info 2002. Resultados: A amostra foi composta por 14 com alterações do desenvolvimento, em tratamento fisioterapêutico no ambulatório de fisioterapia neurofuncional, com média de 11,59 meses (±8,5 m) de idade. As crianças da amostra apresentaram oportunidades de estímulos no ambiente domiciliar ‘adequada e/ou excelente’ para o espaço físico e disponibilidade de brinquedos de motricidade grossa e fina correspondendo a 64,28% (n=9), 64,28% (n=9) e 50,00% (n=7) respectivamente. Além disso, variedade de estimulação presente no dia a dia da casa foi ‘adequada e/ou excelente’ e ‘muito boa e/ou boa’ para 57,15% (n=8) da amostra. Na avaliação do desenvolvimento motor, todos os pacientes preenchiam critério para intervenção fisioterapêutica, embora apenas 42,86% (n=6) apresentassem atraso no desenvolvimento motor, segundo a AIMS. Sendo observado maiores ganhos de habilidades motoras ao longo do estudo em crianças com idade < 1 ano. Com relação aos resultados do desenvolvimento infantil através do Teste de Triagem Denver, o domínio da linguagem apresentou maior prevalência de alteração com 50 %(n=7), seguida pelo domínio social (interação interpessoal), no qual 42,86% (n=6) das crianças da amostra apresentaram desenvolvimento questionável. As crianças participavam com maior frequência de atividades familiares em casa (78,57%; n=11) e na comunidade (85,71%; n=12) e em brincadeiras internas com adultos (100%, n=14), com baixa frequência de participação em atividades de aulas/grupos organizados/esportes (p.ex. natação) e passeios de entretenimento (p.ex.: ir ao zoológico, circo, teatro) correspondendo a 85,71% (n=12), e 92,86% (n=13), respectivamente. Foram encontradas trajetória de participação crescente em brincadeiras ao ar livre com outras crianças e com adultos mostrando-se muito frequente e/ou de vez em quando para 78,57% (n=11) e 85,71% (n=12), respectivamente, mostrando significância estatista nessas atividades. Conclusão: Os achados deste estudo contribuem para uma melhor compreensão da participação de crianças com alterações de desenvolvimento em atividades familiares e no autocuidado. Além disso, esses achados podem auxiliar os profissionais de saúde a avaliarem e planejarem intervenções centradas na família, fornecendo orientação aos familiares sobre as atividades que podem ser realizadas no ambiente domiciliar e comunitário, proporcionando a interação com os membros da família e com as pessoas da comunidade e a socialização em diferentes contextos sociais promovendo as habilidades e competências do desenvolvimento infantil.
Abstract
Introduction: Participation is one of the components of functionality and is defined by the individual's involvement in daily life situations (WHO, 2013). However, children with neuromotor dysfunction and developmental changes have mobility limitations due to functional kinetic deficiencies related to joint, muscle or motor control components, which cause restrictions on participation in the home or community environment. Objective: To evaluate the evolution of the participation of children aged 0 to 3 years with neuromotor developmental changes in outpatient physiotherapy treatment at a referral hospital for maternal and child health. Methods: A longitudinal, observational and prospective study was carried out between January and July 2024. The convenience sample consisted of patients undergoing treatment at the Neurofunctional Physiotherapy outpatient clinic of IFF/Fiocruz. Among the data collected are the clinical characteristics, socioeconomic and mobility factors, and participation of children with neuromotor dysfunctions during the study period. These data were obtained from medical records, a socioeconomic questionnaire obtained from the child's parents/guardians, followed by an assessment of the patient's motor skills and characteristics of participation in the family context and daily activities. The data were analyzed using descriptive statistics to present the information, with frequency distribution, calculations of central tendency and position measures, dispersion measures and construction of graphs; and probability analysis, with calculation of odds ratios and use of hypothesis tests, through the Epi Info 2002 program. Results: The sample consisted of 14 children with developmental disorders, undergoing physical therapy treatment at the neurofunctional physical therapy outpatient clinic, with a mean age of 11.59 months (±8.5 m). The children in the sample presented opportunities for stimulation in the home environment that were ‘adequate and/or excellent’ for the physical space and availability of gross and fine motor toys, corresponding to 64.28% (n=9), 64.28% (n=9) and 50.00% (n=7), respectively. In addition, the variety of stimulation present in the daily life of the home was ‘adequate and/or excellent’ and ‘very good and/or good’ for 57.15% (n=8) of the sample. In the assessment of motor development, all patients met the criteria for physical therapy intervention, although only 42.86% (n=6) presented delayed motor development, according to the AIMS. Greater gains in motor skills were observed throughout the study in children aged <1 year. Regarding the results of child development through the Denver Screening Test, the language domain showed the highest prevalence of alteration with 50% (n = 7), followed by the social domain (interpersonal interaction), in which 42.86% (n = 6) of the children in the sample showed questionable development. The children participated more frequently in family activities at home (78.57%; n = 11) and in the community (85.71%; n = 12) and in indoor games with adults (100%, n = 14), with low frequency of participation in class activities/organized groups/sports (e.g. swimming) and entertainment outings (e.g.: going to the zoo, circus, theater) corresponding to 85.71% (n = 12), and 92.86% (n = 13), respectively. A trajectory of increasing participation in outdoor games with other children and with adults was found, showing very frequent and/or occasional participation for 78.57% (n=11) and 85.71% (n=12), respectively, showing statistical significance in these activities. Conclusion: The findings of this study contribute to a better understanding of the participation of children with developmental disorders in family activities and self-care. In addition, these findings can help health professionals to evaluate and plan family-centered interventions, providing guidance to family members on activities that can be carried out in the home and community environment, providing interaction with family members and people in the community and socialization in different social contexts, promoting child development skills and competencies.
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