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Sustainable Development Goals
05 Igualdade de gêneroCollections
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ENTRE O DIREITO, O DEVER E O RISCO: OLHARES DE GÊNERO SOBRE AMAMENTAÇÃO
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, Brasil
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, Brasil
Abstract in Portuguese
Há mais de um século, a amamentação vem sendo tratada, no Brasil,
como uma questão feminina de interesse social e passível de
intervenção pelo Estado. Tal realidade não é exclusividade brasileira.
Em 1990, 30 países assinaram a Declaração de Innocenti
(OMS/Unicef), carta de intenções na qual se comprometiam a
estimular a conscientização das mulheres sobre a prática por meio da
formulação de políticas nacionais de aleitamento materno e de
outras estratégias. Na Europa, Estados Unidos e Canadá, a discussão
teórica sobre os dilemas contemporâneos sobre alimentação infantil
tem demonstrado bastante fôlego e pode ser traduzida no debate
breast versus bottle feeding. No Brasil, embora os discursos oficiais
sobre aleitamento materno continuem a atrelar o cuidado com o
bebê à amamentação, reforçando a ideia da mãe como responsável
insubstituível por essa esfera da vida familiar e social, a discussão
carece de maior aprofundamento, sobretudo numa perspectiva de
gênero. Este paper problematiza, portanto, o que há de socialmente
construído nessas “leis naturais”. O corpus analisado reuniu artigos
publicados a partir de 2000 em fontes diversas (Scielo, Wiley Online
Library, International Breastfeeding Journal, entre outras) e revelou
interessantes apropriações da amamentação: como direito que se
realiza por meio da retomada do controle da mulher sobre seu corpo;
dever moral da mulher para com a nação; e elemento de
responsabilização total da mãe pela saúde dos filhos, indicando uma
visão predominantemente crítica em relação aos discursos
hegemônicos acerca do tema. Acreditamos na importância da
contribuição teórica elencada neste trabalho e em sua possível
apropriação por pesquisadoras(es) brasileiras(os) envolvidas(os) no
debate.
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