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SOBRE CÃES, VIVISSECÇÃO E DARWINISMO: UMA HISTÓRIA DA BIOLOGIA E DE SEUS DILEMAS ÉTICOS
Darwinismo
Fisiologia Experimental
História da Biologia
Ética Animal
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Laboratório de Avaliação em Ensino e Filosofia das Biociências. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental. Programas de Pós-Graduação em Ensino de Biociências e Saúde e em História das Ciências e Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Laboratório de Avaliação e Promoção da Saúde Ambiental. Programas de Pós-Graduação em Ensino de Biociências e Saúde e em História das Ciências e Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Conflitos entre ativistas e pesquisadores da comunidade biomédica, como o incidente
envolvendo o resgate dos beagles do Instituto Royal, em 2013, envolvem questões éticas
significativas, e têm raízes históricas profundas, que remontam à Inglaterra vitoriana, onde surgiram
as primeiras organizações antivivisseccionistas. A medicina ocidental, até então considerada a
arte da cura, se tornava científica, em um processo de revolução paradigmática, no centro da qual
estavam os laboratórios fisiológicos, que empregavam largamente a vivissecção como principal
método investigativo. O presente artigo pretende demonstrar que a história dos conflitos acerca da
legitimidade da vivissecção é indissociável da história do nascimento da Biologia como ciência
autônoma, em um período onde emergiam o Darwinismo e a Fisiologia Experimental. No Reino
Unido, Charles Darwin e seus aliados participaram diretamente desse debate e desses embates, tendo
influência direta no êxito da legitimação dos experimentos com animais em seu país, e o principal
porta-voz dos interesses comuns a darwinistas e fisiologistas, incluindo a defesa da experimentação
animal, foi Thomas Huxley, um grande promotor e divulgador do Darwinismo e da Biologia.
Analisando os discursos de alguns porta-vozes desses interesses, como Huxley e Claude Bernard,
sobre a vivissecção e as ciências biológicas, e também de dois de seus opositores – Frances Power
Cobbe e Richard Hutton, pretende-se contribuir para a compreensão da história desse debate e de
como ele esteve ligado à História da Biologia.
Abstract
Conflicts between activists and biomedical researchers, as the one involving the rescue of
beagles from the Instituto Royal, in Brazil, in 2013, encompass significant ethical matters and
have deep historical roots. Such roots lead to Victorian England, where the first antivivisectionist
organizations arose. Western Medicine, then considered the art of cure, was becoming scientific,
in a paradigmatic revolution centered in the laboratory and having vivisection as its main research
method. This paper aims to show that the history of the conflicts related to the legitimacy of
vivisection is undisjoinable from the history of the growth of Biology as an autonomous science, in a period when Darwinism and Experimental Physiology emerged and flourished. In the United
Kingdom Charles Darwin and his allies took part and side on this debate, and played a significant
role as contributors to the approval of vivisection. The main spokesman of the common interests
of darwinists and physiologists, in defense of animal experimentation, was Thomas Huxley, who
was also greatly involved with the divulgation and teaching of Biology. Analysing the discourse of
Huxley and Claude Bernard as sopkesmen of the interests of Biology and defense of vivisection,
and also the arguments of the antivivisectionists Frances Power Cobbe and Richard Hutton as its
opponents, this work intends to contribute to the understanding of the history of this debate, and
of how it is related to the History of Biology.
Keywords in Portuguese
VivissecçãoDarwinismo
Fisiologia Experimental
História da Biologia
Ética Animal
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