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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/14056
Type
DissertationCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
04 Educação de qualidadeCollections
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REMÉDIO SE APRENDE NA ESCOLA: UM ESTUDO SOBRE AS DEMANDAS ESCOLARES NUM AMBULATÓRIO DE SAÚDE MENTAL
Medicalização de Crianças
Medicalização da Aprendizagem
Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade
Medicalization of Children
Learning Medicalization
Attention Deficit / Hyperactivity Disorder
Criança
Transtornos de Aprendizagem
Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade
Saúde Mental
Paula, Igor Juliano de | Date Issued:
2015
Alternative title
Remedy you learn in school: a study on school demands a mental health hospitalAuthor
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O processo de medicalização funciona como um dispositivo sociocultural no qual uma série
de agentes da mídia, pesquisadores, profissionais de saúde e de ensino utilizam tecnologias
que se apoderam dos amplos conflitos, sociais, políticos, econômicos e subjetivos para
transformá-los em questões de ordem médica através de um discurso especialista. No campo
da saúde mental infanto-juvenil, assistimos a um recrudescimento destes fenômenos na
patologização do fracasso escolar. O diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) possibilita transformar manifestações como a hiperatividade e
desatenção na sala de aula em um transtorno mental com prognóstico que afeta o desempenho
acadêmico, as habilidades sociais, e a capacidade de escolha da criança. O TDAH surge como
estratégia de medicalização da aprendizagem para normatizar comportamentos indesejados
socialmente e fomentar o ilusório projeto social, político e econômico da cultura neoliberal de
construção de subjetividades cerebralmente formatadas, que se autogerenciem e que
prescindam das proteções do Estado. O presente estudo tem como objetivo analisar os
procedimentos terapêuticos de profissionais de saúde mental infantil de um ambulatório do
município de Guapimirim (RJ) como possível resistência a uma demanda das escolas por
avaliação de saúde ocasionada por manifestações infantis de desatenção, hiperatividade e
impulsividade (sintomas principais do TDAH). Foram realizadas pesquisa documental em
prontuários de crianças com perfis selecionados e entrevistas semiestruturadas para os
profissionais de saúde. Observou-se que diante desta demanda escolar, não foram
problematizados pelos profissionais de saúde os comportamentos, motivadores da queixa,
identificados como disfuncionais pela escola. Desta forma, os procedimentos de saúde
parecem ser resultado de uma interpretação de que a criança é portadora de uma questão
médica cujas intervenções terapêuticas vão ser nela centralizadas sem considerar o contexto
sociocultural da aprendizagem. Além disso, as prescrições parecem figurar como uma
continuidade das leituras medicalizantes da escola sobre o incômodo comportamento infantil.
Abstract
The medicalization process works as a sociocultural device in which a number of media
agencies, researchers, health professionals and scholars take hold of social, political,
economic and subjective conflicts and turn them in medical issues, through a health specialist
interpretation and jargon in the field of children's mental health, we witness a resurgence of
this phenomenum in the attempts to pathologize school failure. The diagnosis of Attention
Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) transform events such as hyperactivity and
inattention in the room class into a mental disorder whose prognosis affects academic
performance and social skills. Accordingly, ADHD emerges as a strategy to regulate socially
undesirable behavior and encourage the illusory neoliberal political and economic social
project of building brain-formatted subjectivity, with self-managed performance and
independent of State. This study aims to examine whether the therapeutic procedures in of a
child mental health clinic in the city of Guapimirim (RJ) could be operating as a resistance by
school personnel against the need for health assessment for children manifesting inattention,
hyperactivity and impulsivity (main symptoms of ADHD). The study was performed by the
evaluation of medical records of children with selected profiles, and by semi-structured
interviews applied to health professionals. We observed that the potential motivators of the
behaviours identified by the schools as problematic were not explored with the teaching staff
or with the families. Thus, health procedures seem to be the result of an interpretation that the
child carries a medical issue, upon which interventions should be centered. In addition,
therapeutic prescriptions seem to represent a consequence of the medicalized interpretation of
the school about child behavior.
Keywords in Portuguese
Medicalização EscolarMedicalização de Crianças
Medicalização da Aprendizagem
Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade
Keywords
School MedicalizationMedicalization of Children
Learning Medicalization
Attention Deficit / Hyperactivity Disorder
DeCS
MedicalizaçãoCriança
Transtornos de Aprendizagem
Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade
Saúde Mental
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