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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24636
CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE AMOSTRAS DE ESCHERICHIA COLI CARREADORAS DOS GENES STX ISOLADAS DE BOVINOS NOS ESTADOS DE RONDÔNIA E DO RIO DE JANEIRO
Costa, Cristiane Mara Silva da | Date Issued:
2013
Alternative title
Molecular characterization of Escherichia coli carrier of stx genes isolated from cattle in the states of Rondônia and Rio de JaneiroAdvisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Escherichia coli produtora da toxina Shiga (STEC) é agente de diarreia
esporádica e de epidemias, podendo ocasionar quadros clínicos graves em seres
humanos. A habilidade de STEC em causar doenças severas em seres humanos está
relacionada com a sua capacidade de secretar as toxinas Stx1, Stx2 e/ou variantes
toxigênicas. Outro fator de virulência de STEC é a intimina, codificada pelo gene eae e
associada com aderência íntima, inicialização das vias de transdução de sinais e
formação da lesão intestinal íntima. Algumas STEC também produzem
enterohemolisina, codificada pelo gene ehxA, que tem sido associada com doença
severa em seres humanos. Bovinos constituem seu principal reservatório assumindo
papel relevante na infecção dos seres humanos. Características de manejo do animal
sugerem conferir fatores de risco para a excreção desses patógenos. O objetivo desse
estudo foi investigar a prevalência e as características biogenéticas de Escherichia
coli carreadora dos genes stx (STEC), isoladas de amostras fecais de bovinos, com e
sem diarréia, de regiões agropecuárias localizadas nos estados do Rio de Janeiro e
Rondônia. Para atingir a presente proposta, 301 isolados de E. coli provenientes de
ambas as regiões, foram submetidos a análises moleculares baseadas em ensaios de
amplificação visando o diagnóstico de E. coli carreadora do gene stx, seu potencial de
patogenicidade e diversidade genética. Os resultados dos ensaios de amplificação
revelaram que 55,5% (167/301) eram carreadoras do gene stx, 36,2% (109/301) eae+ e
21,3% (64/301) ehxA+. Das 167 amostras de STEC detectadas, 24 foram isoladas do
estado do Rio de Janeiro (14,4%, 24/167) e 143 do estado de Rondônia (85,6%,
143/167). Com base nos marcadores genéticos investigados, 13 perfis foram detectados
(stx1/stx2/eae/ehxA, stx1/stx2/eae, stx1/stx2/ehxA, stx1/stx2, stx1/eae/ehxA, stx1/ehxA,
stx1, stx2/eae/ehxA, stx2/eae, stx2/ehxA, stx2, eae/ehxA e ehxA). Do total das 167 amostras
de STEC, 3,6% (6/167) foram caracterizadas genotipicamente como pertencentes aos
sorogrupos O113 e 93,4% (156/167) como O157. Das 156 amostras STEC rfbO157+,
64,1% (100/156) foram genotipicamente caracterizadas como O157:H7. A análise
filogenética caracterizou a população bacteriana como pertencente aos filogrupos: A
(47,3%), B1 (44,9%), D (6,6%) e B2 (1,2%). A análise do genoma total empregando
ensaios de amplificação randômica do DNA polimórfico revelou uma elevada
diversidade genética entre as amostras de E. coli carreadoras do gene stx sugerindo
constituir uma população bacteriana de origem não-clonal. Nossos resultados nos levam
a concluir que a maior prevalência de STEC em Rondônia, possivelmente reflete as
condições mais precárias de suas propriedades rurais. O isolamento de STEC de
bovinos clinicamente sadios reforça o reconhecido papel desses animais como
reservatórios assintomáticos. Nossos resultados contribuíram para o esclarecimento
sobre a epidemiologia das STEC em especial, no estado de Rondônia, onde as
informações sobre a circulação deste patógeno ainda são limitadas. Esses achados
salientam a necessidade de manter uma vigilância epidemiológica ativa, em especial no
que diz respeito a estudos sobre reservatórios e atributos de virulência bacteriana.
Abstract
Shiga toxin-producing Escherichia coli (STEC) is an esporadic agent of
diarrhea. The ability of STEC strains to cause severe illness in humans is related to the
capacity to secrete Stx1, Stx2, and/or variant toxins. Another virulence factor of STEC
strains is intimin, encoded by eae gene and associated with intimate adherence to
epithelial cells, initiation of host signal transduction pathways and formation of
attaching-and-effacing intestinal lesions. Some STEC strains produce also an
enterohemorraghic hemolysin (EHEC-Hly), encoded by ehxA gene, which has been
associated with severe clinical disease in humans. Cattle are its main reservoir playing a
relevant role in human infections. Animal handling characteristics can offer risk factors
for the excretion of these pathogens. The aim of this study was to investigate the
prevalence and bio-genetics characteristics of Shiga toxin-producing Escherichia
coli (STEC) isolated from fecal samples of cattle, with and without diarrhea, from
livestock breeding regions located in Rio de Janeiro and Rondônia. In order to achieve
this proposal, 301 E. coli isolates obtained from both regions we submitted
to molecular analysis based on amplification assays for STEC diagnosis, its
pathogenicity potencial and genetic diversity. Results from amplification assays
revealed that 55.5% (167/301) were stx+, 36,2% (109/301) eae+ and 21,3% (64/301)
ehxA+. Of the 167 STEC strains detected, 24 were isolated from the state of Rio de
Janeiro (14.4%, 24/167) and 143 were from Rondônia (85,6% , 143/167). Based on the
genetic markers investigated 13 profiles were detected (stx1/stx2/eae/ehxA, stx1/stx2/eae,
stx1/stx2/ehxA, stx1/stx2, stx1/eae/ehxA, stx1/ehxA, stx1, stx2/eae/ehxA, stx2/eae,stx2/ehxA,
stx2, eae/ehxA e ehxA). Of the 167 STEC samples, 3.6% (6/167) were genotypically
characterized as belonging to serogroup O113 and 93.4% (156/167) as O157. Of the
156 rfbO157+ STEC strains, 64,1% (100/156) were genotypically characterized as
O157:H7. Phylogenetic analysis characterized the bacterial population as belonging
to phylogroups: A (47,3%), B1 (44,9%), D (6,6%) e B2 (1,2%). Random amplification
of polymorphic DNA typing revealed a high genetic diversity among STEC strains
suggesting a non clonal bacterial population. Our results lead us to conclude that the
higher prevalence of STEC in Rondônia, possibly reflects the precarious conditions of
their farms. The isolation of STEC from clinically healthy cattle reinforces the
recognition of these animals as asymptomatic reservoirs. Our results contributed for the
STEC epidemiological elucidation, in particular in the state of Rondônia, where
information about the circulation of this pathogen is still limited. These findings
highlight the need to maintain an active epidemiological surveillance, placing special
emphasis on the study of reservoirs and bacterial virulence attributes.
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