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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24769
O ESTABELECIMENTO DE PONTOS DE CORTE NO ÍNDICE DE CONICIDADE, COMO PROPOSTA DE UM INDICADOR ANTROPOMÉTRICO SIMPLES, PARA AVALIAÇÃO DA OBESIDADE E ESTIMATIVA DO RISCO CORONARIANO ELEVADO NO EXÉRCITO BRASILEIRO
Cunha, Rafael Soares Pinheiro da | Date Issued:
2011
Alternative title
The establishment of the cutoff index taper, as a proposal for a simple anthropometric index to assess obesity and coronary risk estimation elevadono Brazilian ArmyAdvisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: esta pesquisa versa sobre a utilização de indicadores antropométricos na avaliação da obesidade e na estimativa do risco coronariano elevado. Está estruturada no formato de cinco artigos científicos. Objetivo: estabelecer os pontos de corte no índice de conicidade (Índice C) e em outros indicadores antropométricos de obesidade, analisando a associação e poder discriminatório, a fim de avaliar a obesidade e estimar o risco coronariano elevado em militares do Exército Brasileiro (EB). Métodos: inicialmente, foi realizado um estudo de atualização, por meio de revisão sistemática, nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, no período compreendido entre fevereiro de 1993 e abril de 2010. Nas pesquisas subsequentes, foi utilizado o banco de dados do “Projeto TAF 2001 – Aptidão Física e Risco de Doença Cardíaca Coronariana no Exército Brasileiro” do Instituto de Pesquisa da Capacitação Física do Exército (IPCFEx), baseado em estudo de corte transversal. Realizou-se: 1) a correlação dos diversos indicadores antropométricos de obesidade (massa corporal total-MCT, índice de massa corporal-IMC, índice da relação cintura/quadril-IRCQ, Índice C, circunferência de cintura-CC, índice indicativo da gordura corporal-IGC e relação cintura/estatura-RCEst) com o percentual de gordura corporal (%GC); 2) o estabelecimento dos pontos de corte do Índice C, como discriminador do risco elevado de doença coronariana, segundo critérios de sensibilidade e especificidade; 3) a avaliação do desempenho de diferentes pontos de corte de indicadores antropométricos de obesidade generalizada; e 4) a comparação do potencial de risco elevado de doença coronariana, por meio de diferentes indicadores antropométricos de obesidade. Resultados: na correlação entre os indicadores antropométricos de obesidade com o %GC, todos apresentaram correlações positivas, sendo as mais significativas e fortes as do Índice C (r= 0,840, para p= 0,00) e do IGC (r= 0,828, para p= 0,00). No estabelecimento do ponto de corte do Índice C para discriminar o risco coronariano elevado, encontrou-se o valor de 1,23 (sensibilidade de 78,40% e especificidade de 59,40% e área total sob a curva ROC de 0,654, para um intervalo de confiança de 95% - 0,593-0,714). Acerca dos demais indicadores antropométricos de obesidade, os pontos de corte encontrados foram IMC=25 kg.m-2 (sensibilidade 87,8%, especificidade 68,8%, área sob a curva ROC 0,696, para um intervalo de confiança de 95% - 0,636-0,756), IRCQ=0,88 (sensibilidade 94,6%, especificidade 80,5% e área sob a curva ROC 0,680, para um intervalo de confiança de 95% - 0,618-0,742), CC=90 cm (sensibilidade 83,8%, especificidade 57,4% e área sob a curva ROC 0,707, para um intervalo de confiança de 95% - 0,646-0,707), RCEst=0,51 (sensibilidade de 85,1%, especificidade de 65,1% e área sob a curva ROC de 0,717, para um intervalo de confiança de 95% - 0,657-0,777) e IGC=8 (sensibilidade de 90,5%, especificidade de 75% e área sob a curva ROC de 0,715, para um intervalo de confiança de 95% - 0,654-0,775). Finalmente, na comparação do potencial de risco elevado de doença coronariana, por meio de diferentes indicadores antropométricos de obesidade, encontrouse valores médios inferiores à classificação do risco coronariano elevado somente nos grupos mais jovens (até 20 anos e de 21 a 30 anos), enquanto que nos demais houve dois ou mais indicadores acima dos pontos de corte, classificando os grupos como em risco. Conclusão: o Índice C e o IGC revelaram-se como os melhores indicadores antropométricos de obesidade na estimativa da composição corporal pelo %GC. No entanto, na avaliação do potencial de associação dos indicadores antropométricos com o risco elevado de doenças cardiovasculares, todos apresentaram desempenhos satisfatórios e não tão distintos, mostrando o RCEst e, novamente, o IGC, melhor poder discriminatório para o risco. Sugere-se a adoção do Índice C no EB, segundo seu ponto de corte, como instrumento de avaliação individual e de estudos populacionais, dentro de uma política preventiva dos possíveis agravos associados à obesidade, uma vez que a informação acerca do risco de gerar doença coronariana obtida nos grupos acima de 31 anos parece ser alarmante.
Abstract
Introduction: this research is related to the use of anthropometric indicators in order to evaluate obesity and to estimate coronary heart disease risk. It is structuralized in a format of five scientific articles. Objective: to establish Conicity Index (C Index) and other anthropometric indicators of obesity’s cut off points, analyzing their association and discriminatory power, to evaluate the obesity and to estimate high coronary heart disease risk in military personnel of the Brazilian Army. Methods: initially, an update study was carried through, by means of systematic review, in the databases of Health Virtual Library, between February 1993 and April 2010. In the subsequent researches, it was used the database of the “TAF Project 2001 – Physical Aptitude and Coronary Heart Disease Risk in Brazilian Army Personnel” of the Brazilian Army Physical Aptitude Research Institute (IPCFEx), based in cross-section study. It was done: 1) the correlation of the diverse anthropometric indicators of obesity (total body mass-TBM, body mass index-BMI, waistto-hip ratio-WHR, C Index, waist circumference-WC, body fat indicative index-BFII and waist-to-height ratio-WHtR) with the body fat percentage (%BF); 2) the establishment of C Index’ cut-off points, to discriminate high coronary heart disease risk, by sensitivity and specificity criteria; 3) the evaluation of the performance of different anthropometric indicators of general obesity; and 4) the comparison of the potential of high coronary heart disease risk, by means of different anthropometric indicators. Results: in the correlation between the anthropometric indicators of obesity with %BF, all indicators presented positive correlation and the most significant and strong correlations were C Index (r= 0.840, p= 0.00) and BFII (r= 0.828, p= 0.00). In the establishment of C Index’ cut-off points to discriminate high coronary risk, it was gotten the value of 1.23 (sensitivity 78.40%, specificity 59.40%, total area under ROC curve 0.654, confidence interval of 95% - 0.593-0.714). Concerning to the other anthropometric indicators, their cut-off points had been BMI=25 kg.m-2 (sensitivity 87.8%, specificity 68.8%, area under ROC curve 0.696, confidence interval 95% - 0,636-0,756), WHR=0.88 (sensitivity 94.6%, specificity 80.5%, area under ROC curve 0.680, confidence interval 95% - 0.618-0.742), WC=90 cm (sensitivity 83.8%, specificity 57.4%, area under ROC curve 0.707, confidence interval 95% - 0.646-0.707), WHtR=0.51 (sensitivity of 85.1%, specificity of 65.1%, area under ROC curve 0.717, confidence interval 95% - 0.657-0.777) and BFII=8 (sensitivity 90.5%, specificity 75%, area under ROC curve 0.715, confidence interval 95% - 0.654-0.775). Finally, in the comparison of the high risk of coronary heart disease, by means of different anthropometric indicators of obesity, it was found average values below the risk classification only in the younger groups (up to 20 years and between 21 and 30 years), however in the other groups there were two or more indicators over the cut-off points, classifying them as risky groups. Conclusion: the C Index and BFII had shown as the best anthropometric indicators of obesity to estimate body composition by %BF. However, in the evaluation of the association potential with the high coronary heart disease risk, all had presented satisfactory performances and not so distinct, showing the WHtR and, once again, the BFII, the better discriminatory power to high coronary risk. It is suggested the adoption of C Index in Brazilian Army, according to its respective cut-off point, as an instrument of individual evaluation to population studies, inside a preventive politics of possible illnesses associated to obesity, because the reinforced information that the risk to generate coronary heart disease in the groups over 31 years seems to be alarming.
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