RADIS: Comunicação e Saúde, número 200, maio

Abstract

É essencial que a comunicação pública assuma o papel de dar voz às populações afetadas por grandes empreendimentos, especialmente quando se trata de comunidades tradicionais como os quilombolas. Ouvir suas preocupações, entender suas necessidades e respeitar seus direitos é fundamental para promover um desenvolvimento sustentável que leve em consideração não apenas interesses econômicos, mas também sociais e ambientais. A luta dessas comunidades contra projetos que ameaçam seus territórios e modos de vida, como a construção de portos e a expansão do agronegócio, é um exemplo inspirador de resistência. Essas batalhas não apenas buscam proteger o meio ambiente, mas também reivindicam o respeito aos direitos humanos e à consulta prévia, livre e informada, como estabelecido pela Convenção 169 da OIT. Por outro lado, é preocupante ver retrocessos em diversas áreas, como na política governamental para o combate ao tabagismo, nos cortes orçamentários em ciência e tecnologia, na contaminação da água por agrotóxicos e nas ameaças à participação da sociedade na construção de políticas públicas e à democracia participativa. Esses são desafios que exigem uma resposta coletiva e comprometida com a defesa dos direitos humanos, da saúde e do meio ambiente.