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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37158
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DissertaçãoDireito Autoral
Acesso aberto
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
03 Saúde e Bem-Estar08 Trabalho decente e crescimento econômico
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INFÂNCIA, TRABALHO E SAÚDE: REFLEXÕES HISTÓRICO-TEÓRICO CONCEITUAIS SOBRE O DISCURSO OFICIAL
Defesa da Criança e do Adolescente
Direito à Saúde
Sistema Único de Saúde
Saúde Pública
Força de Trabalho
Aguiar Junior, Valdinei Santos de | Data do documento:
2015
Título alternativo
Childhood, work and health: historical conceptual theorists reflections on the official discourseAutor(es)
Orientador
Afiliação
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Resumo
A presente dissertação é resultado de uma pesquisa sobre a relação Infância, Trabalho e
Saúde. Utilizando a Análise de Discurso como estratégia metodológica, analisou o que o
discurso oficial (leis, políticas) especifica sobre a participação da infância no mundo do
trabalho para compreender como se inscreve, se materializa e se produz, neste discurso,
representações e práticas referentes à infância e ao trabalho. A Revolução Industrial
britânica no século XIX, dado a relevante participação da infância nas principais
atividades produtivas e a proclamação de importantes leis trabalhistas, foi considerada o
marco temporal inicial desta pesquisa que evidenciou mudanças nos sentidos do trabalho
de crianças que, antes considerado necessário, veio a se tornar proibido no século
seguinte. Contudo, a despeito da proibição e dos esforços pela “erradicação do trabalho
infantil”, estima-se que 168 milhões de crianças no mundo ainda estejam em “situação de
trabalho”, sendo 86 milhões naqueles considerados o “trabalho em suas piores formas”,
o que indica a necessidade de outras análises e perspectivas que se voltem para a
complexidade das questões relacionadas ao tema. Verificou-se, nesta pesquisa, que o
processo discursivo de proibição do “trabalho infantil” - apesar de seus objetivos
enunciados de proteção das crianças - apresenta elementos ideológicos que conformam a
infância enquanto categoria sem participação ativa na estrutura social e que denota o
trabalho como algo inerentemente prejudicial. Depreendeu-se: construção de uma
oposição escola / trabalho nas práticas destinadas à formação da infância; inversão da
responsabilidade (dos empregadores para a família) pela inserção de crianças no trabalho;
generalização e associação entre trabalho e pobreza; demarcação do trabalho como prática
extremamente negativa e prejudicial; desfoque das condições e mecanismos de
exploração da força de trabalho e de aviltamento da saúde no trabalho. Apresenta-se,
então, questões e ponderações para o campo da Saúde Pública que podem ampliar o
escopo analítico-compreensivo da relação entre Infância e Trabalho, apontando para que
o Sistema Único de Saúde (SUS) possa avançar tanto na garantia e efetivação do direito
à saúde da infância, quanto do direito à saúde no trabalho.
Resumo em Inglês
The present dissertation is the result of a research about the relations of Childhood, Work
and Health. Utilizing Discourse Analysis as a methodological strategy, it was analysed
what the official speech (laws, policies) specify about childhood participation in work
system to understand how it is enrolled, materialized and produced, in this speech,
practical representations concerning childhood and work. The British Industrial
Revolution of the 19th century, given the relevant participation of childhood on main
productive activities and the proclamation of important labour laws, was considered the
initial time frame for this research which divulged changes on the meanings of child
labour which, before considered necessary, came to be prohibited on the following
century. However, despite the prohibition and the efforts in favour of “child labour
eradication”, it is estimated that 168 million children around the world are still found on
“work situation”, being 86 million considered on “work in its worst states”, which
indicates necessity of another analysis and perspectives that address the complexity of the
questions related to the theme. It was ascertained, in this research, that the discursive
process of prohibition of “child labour” - despite its enunciated goals of child protection
– exhibit idealogical elements that conform childhood as category without active
participation on the social structure and denotes work as something inherently baneful. It
was found: a construction of an opposition between school and work on childhood
formation practices; inversion of responsibility (from employer to family) concerning
children's inclusion at work; generalization and association among work and poverty;
characterization of work as an extremely negative and harmful practice; disregard for
exploration conditions and mechanisms of work and degrading of health at work. Thus
presented are questions and considerations for the Public Health field that may expand
the analytical and comprehensive scope of the Childhood / Work relation, pointing so the
Unified Health System may progress so much in guaranty and effectuation of health in
childhood right, as health at work right.
DeCS
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Direito à Saúde
Sistema Único de Saúde
Saúde Pública
Força de Trabalho
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