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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38129
COMUNICAÇÃO DA MORTE: MODOS DE PENSAR E AGIR DE MÉDICOS EM UM HOSPITAL DE EMERGÊNCIA
Morte
Modelos, protocolos e recomendações
Comunicação da morte
Tarefa árdua e dolorosa
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Prefeitura de Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Prefeitura de Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.
Abstract in Portuguese
No hospital de emergência a morte é habitual pela gravidade dos casos atendidos, mas comunicá-la configura-se uma tarefa árdua e dolorosa, ainda que essencial aos médicos desse setor. As publicações concentram-se em modelos, protocolos e recomendações sobre como o médico deve agir para a comunicação a morte, sendo inédito focar em sua experiência em um hospital de emergência brasileiro. Compreender como os médicos lidam com o processo de comunicar a morte aos familiares em um hospital de emergência. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, embasada na antropologia interpretativa e médica. A experiência humana psicossocial é conectada ao meio sociocultural e se expressam nos modos típicos e pensar e agir. A coleta dos dados deu-se em um dos maiores hospitais públicos de emergência da América Latina, localizado no hipercentro de Belo Horizonte, ao longo de 9 meses de observação participante para imersão no universo sociocultural dos interlocutores. Foram entrevistados 43 médicos – 25 homens e 18 mulheres, entre 28 e 69 anos. A análise foi êmica direcionada a compreender a comunicação da morte sob o ponto de vista do médico e fundamentada no modelo de signos, significados e ações. A comunicação da morte na emergência se dá em um cenário direcionado a técnica, cujo tempo, ambiente e atenção são direcionados a medicina curativa, o vínculo com o paciente e a família é deficitário. A comunicação ocorre com foco no biológico, fazem uso de roteiros, táticas, eufemismos e mecanismos defensivos. Os signos e significados estão especialmente correlacionados ao paradigma biomédico: a morte como tabu e fracasso. As ações evidenciam a morte e a interação intersubjetiva como terreno obrigatório de emoções que se dão escondidas no hospital: angustiam, assustam, choram, desculpam, desgastam, escondem, fogem, incomodam e rezam. A comunicação da morte é mergulhada de significados culturais e ocorre dissimulada, com dificuldades e ambivalências na emergência. Observa-se que as dificuldades com a morte influenciam nas habilidades interpessoais e comunicacionais. Visualiza-se ainda a lacuna no cuidado dirigido à família, a necessidade de abordagens de dignidade de vida e de morte, e a incipiência da humanização no contexto da emergência.
Keywords in Portuguese
Hospital de emergênciaMorte
Modelos, protocolos e recomendações
Comunicação da morte
Tarefa árdua e dolorosa
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