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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55365
INIQUIDADES RACIAIS NO ACESSO A EXAMES PREVENTIVOS PARA CÂNCER DE COLO DO ÚTERO NO BRASIL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE (2013-2019)
Disparidades em Assistência à Saúde
Detecção Precoce de Câncer
Teste de Papanicolau
Saúde da Mulher
Health Care Disparities
Early Cancer Detection
Cervical cancer screening
Women's Health
Detecção Precoce de Câncer
Teste de Papanicolaou
Saúde da Mulher
Fatores Socioeconômicos
Neoplasias do Colo do Útero: prevenção & controle
Racismo / 2013-2019
Santos, Marina Ribeiro dos | Date Issued:
2022
Alternative title
Racial inequities in access to preventive screening for cervical cancer in Brazil an analysis based on the National Health Survey (2013-2019)Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A constituição de uma sociedade opressora, reforça a criação de hierarquias entre grupos sociais, constituindo sistemas interligados de dominação, sobretudo entre os grupos multiplamente marginalizados. Este processo de exclusão e silenciamento compromete a inserção social das mulheres negras e também impacta seu acesso aos serviços de prevenção e promoção à saúde. No Brasil, a prática do rastreamento de câncer de colo de útero (CCU) é feita com realização do exame citopatológico na faixa etária específica de 25 a 64 anos. Ainda que a implementação de políticas de prevenção do câncer tenha viabilizado o aumento na detecção do CCU precocemente no Brasil ao longo do tempo, esse aumento ocorreu de forma desigual. Utilizando dados das Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 e 2019, buscou-se investigar as iniquidades raciais no acesso ao exame preventivo para o câncer de colo de útero no país. Mais especifica-mente, esta dissertação teve como foco as mulheres que reportaram nunca terem realizado exame citopatológico. Enquanto hipóteses, presume-se que mulheres negras apresentaram maiores frequências de nunca terem realizado o exame citopatológico comparado a mulheres brancas (H1); supõe-se que as iniquidades entre raça/cor são atenuadas pelas características sociodemográficas, comportamentais, de uso e acesso aos serviços de saúde (H2); pressupõe-se que as iniquidades no acesso ao exame citopatológico entre mulheres brasileiras reduziram ao longo do tempo (H3). Os resultados observados apoiaram as hipóteses, porém não integralmente. Não se observou diferenças estatísticas entre as categorias de raça/cor após os ajustes com as características sociodemográficas, principalmente. Os resultados parecem evidenciar que a variável raça/cor não se sustenta, sozinha, ao explicar as injustiças raciais referentes aos exames preventivos. Ao considerar as populações às margens das margens, essa dissertação revela a necessidade da discussão sobre os impactos do racismo como fator predominante das injustiças na saúde da população negra brasileira. Sendo a raça/cor da pele expressão do racismo, é importante que futuros estudos considerem de que modo a intersecção da raça com outras características socioeconômicas traduzem a marginalização da população na dificuldade do acesso aos serviços de saúde.
Abstract
The constitution of an oppressive society reinforces the creation of hierarchies between social groups, constituting interconnected systems of domination, especially among multiply marginalized groups. This process of exclusion and silencing compromises the social inclusion of black women and also impacts their access to prevention and health promotion services. In Brazil, the practice of cervical cancer screening (CCS) is carried out with the cytopathological examination in the specific age group from 25 to 64 years. Although the implementation of cancer prevention policies has enabled the increase in early CCS detection in Brazil over time, this increase has occurred unevenly. Using data from the 2013 and 2019 National Health Survey, we sought to investigate racial inequities in access to cervical cancer screening in the country. More specifically, this dissertation focused on women who reported never having had a CCS. As hypotheses, it is assumed that black women had higher frequencies of never having had a CCS compared to white women (H1); it is presumed that inequities between race/color are attenuated by sociodemographic, behavioral, use and access to health services (H2); it is expected that inequities in access to CCS among Brazilian women have reduced over time (H3). The observed results supported the hypotheses, but not fully. No statistical differences were observed between the categories of race/color after adjusting for the sociodemographic charac-teristics, mainly. The results seem to show that the race/color variable does not hold by itself in explaining racial injustices related to preventive examinations. When considering populations on the margins of the margins, this dissertation reveals the need to discuss the impacts of racism as a predominant factor of injustices in the health of the black Brazilian population. Since race/skin color is an expression of racism, it is important that future studies consider how the intersection of race with other socioeconomic characteristics translates the marginalization of the population into the difficulty of accessing health services.
Keywords in Portuguese
RacismoDisparidades em Assistência à Saúde
Detecção Precoce de Câncer
Teste de Papanicolau
Saúde da Mulher
Keywords
RacismHealth Care Disparities
Early Cancer Detection
Cervical cancer screening
Women's Health
DeCS
Disparidades em Assistência à SaúdeDetecção Precoce de Câncer
Teste de Papanicolaou
Saúde da Mulher
Fatores Socioeconômicos
Neoplasias do Colo do Útero: prevenção & controle
Racismo / 2013-2019
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