Percepções de uma enfermeira residente no sistema socioeducativo: construindo um cuidado integral e intersetorial

Abstract

Objetivo: Refletir sobre o cuidado em saúde mental aos adolescentes em medida socioeducativa, junto à Gerência de Atendimento em Meio Aberto (GEAMA), baseado nos princípios e diretrizes presentes no Sistema Único de Saúde e na Reforma Psiquiátrica como integralidade e equidade ao indivíduo, articulação e intersetorialidade das redes ligadas à justiça e saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, com uso de narrativas, sob a perspectiva de um relato de experiência da enfermagem no sistema socioeducativo e revisão de literatura sobre a Política Nacional de Drogas e adolescente e o uso de drogas por meio da base de dados Scielo e BVMS, a partir do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas. Resultados: A partir desta experiência foi possível compreender a articulação entre os serviços e a importância da intersetorialidade na interface saúde, educação e justiça, além da precarização de políticas públicas voltadas para o público infanto-juvenil. Não obstante, a presença de residentes em saúde mental, no âmbito da socioeducação, trouxe colaborações e reflexões importantes para este estudo, deslocando-se do pensamento biomédico para um olhar psicossocial e holístico ao indivíduo. Conclusão: Foi possível experenciar a reabilitação psicossocial no público jovem, perceber a vulnerabilidade e fragilidade da rede em manter um lugar de cuidado para esta faixa etária, além deslocamentos e enfrentamento aos estigmas pessoais desta autora enquanto profissional em formação. Concluiu-se que é imprescindível a necessidade de políticas públicas efetivas e articulação de rede que atenda a real demanda dos adolescentes e suas famílias, com concretude e acessibilidade, a fim de propor reinserção social com a garantia dos direitos fundamentais.