Avaliação de citotoxicidade de preservativo pelo método de difusão em ágar e inserção do residente em atividades de gestão da qualidade

Abstract

Os plásticos são polímeros de origem natural ou sintética e têm aplicações em embalagens alimentícias, dispositivos médicos, preservativos etc. Contudo, podem ser tóxicos, acarretando riscos à saúde humana. Para garantir a segurança de materiais plásticos que interagem diretamente com tecidos do corpo humano é fundamental realizar testes que identifiquem seus riscos. O ensaio de citotoxicidade pelo método de difusão em ágar (POP 65.3330.010) avalia a segurança de materiais plásticos e elastômeros que entram em contato com tecidos biológicos. Caso o material plástico seja citotóxico, ocorre a formação de uma zona descorada. A medição do halo de descoramento indica os graus de citotoxicidade entre 0 e 4, sendo o grau 0 não citotóxico, e o grau 4 a citotoxicidade severa. Esse ensaio é acreditado no SCG segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017, que estabelece os requisitos gerais de competência de laboratórios de ensaio e calibração garantindo um sistema de gestão da qualidade. O objetivo do trabalho foi avaliar a citotoxicidade de material plástico (preservativo) pelo método de difusão em ágar e descrever as atividades de gestão da qualidade desenvolvidas no SCG com requisitos da ISO 17025. Durante as atividades desenvolvidas no SCG, foi realizado o gerenciamento do acervo de equipamentos, das demandas de calibrações e manutenções, a análise crítica dos certificados de calibração, qualificação e certificação em atendimento aos itens 6.4 e 6.5 da ISO 17025. Além disso, foram realizados treinamentos em diversos procedimentos (item 6.2). No treinamento do método de difusão em ágar foi avaliado um preservativo feminino (nitrila), distribuído pelo SUS, um preservativo masculino (látex), controle celular, controle positivo (borracha natural de látex) e controle negativo (polietileno de alta densidade). O preservativo feminino foi classificado como moderadamente citotóxico (grau 3) e o preservativo masculino não citotóxico (grau 0). A diferença nos resultados indica a necessidade de melhorias do preservativo feminino e que houve possíveis ajustes no preservativo masculino, visto que em estudo anterior 37 preservativos masculinos foram citotóxicos. A resposta citotóxica em preservativo feminino gera preocupação, porém somente estes dados não tornam o seu uso inadequado. Portanto, em 5 meses de atividades na residência foram obtidos resultados com preservativos que indicam a necessidade estudos adicionais e desenvolvidas competências em gestão da qualidade.