Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/63796
Type
ThesisCopyright
Open access
Sustainable Development Goals
04 Educação de qualidade05 Igualdade de gênero
10 Redução das desigualdades
Collections
Metadata
Show full item record
CONHECIMENTO SOBRE HIV/AIDS: O QUE SE SABE E O QUE SE VEICULA SOBRE O HIV NO BRASIL
Conhecimento
Campanhas de Saúde
Minorias Sexuais e de Gênero
Análise Fatorial
Knowledge
Health Campaigns
Sexual and Gender Minorities
Infecções por HIV
Ferreira, Rayane Cupolillo | Date Issued:
2023
Alternative title
HIV Knowledge: What is known and what is communicated about HIV in BrazilAuthor
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: Nos modelos teóricos de comportamento de saúde, o conhecimento sobre a transmissão de doenças e os comportamentos de autoproteção são conceituados como importantes impulsionadores da mudança de comportamento. Vários estudos realizados no Brasil apontam para uma infeliz convergência de minorias sexuais e de gênero com baixos níveis de conhecimento sobre HIV e idade mais jovem, menor escolaridade, envolvimento em comportamentos sexuais de maior risco e nunca terem realizado testagem para HIV. Considerando que as campanhas sobre HIV do Ministério da Saúde representam as informações oficialmente disseminadas sobre o HIV no Brasil, pesquisas sobre aspectos sociais e programáticos da prevenção do HIV apontam para uma falta da produção e circulação local de materiais informativos sobre as estratégias de prevenção mais recentemente incorporadas para a população geral e grupos mais vulneráveis ao HIV. Uma menor atenção às estratégias educativas é atribuída, em parte, à falta de visibilidade da epidemia na agenda pública e a respostas mais centradas nas tecnologias biomédicas. A falta de divulgação desses recursos assinala significativo obstáculo para o seu acesso especialmente pelas populações-chave, notadamente, as minorias sexuais e de gênero. Nosso objetivo geral foi estudar o nível do conhecimento sobre a transmissão, prevenção e tratamento do HIV/AIDS no Brasil e o que se veicula sobre o HIV/AIDS em campanhas lançadas pelo Ministério da Saúde. Métodos: Duas amostras de adultos brasileiros foram recrutadas em 2019 e 2020 para responder a uma pesquisa online por meio de anúncios em aplicativos de redes sociais. O instrumento de pesquisa incluiu informações sociodemográficas, testes anteriores de HIV, profilaxia pré-exposição (PrEP), uso de tratamento antirretroviral e comportamento sexual. Utilizamos 3 medidas de conhecimento sobre HIV: HIV-KA 12 (Guimarães et al., 2019); Questionário de Conhecimento sobre HIV de 5 itens proposto pela UNAIDS/WHO (2005) e o HIV-KQ-18 (Carey and Schroder, 2002). Avaliamos também a correlação dos conhecimentos sobre HIV com a precisão percebida do slogan I=I. Utilizamos análise fatorial exploratória e análise fatorial confirmatória para avaliar a estrutura fatorial do HIV-KA. Usamos o método Optimal Test Assembly (OTA) para desenvolver formas curtas a partir do HIV-KA e as avaliamos com base em confiabilidade pré-especificada, validade concorrente e critérios de validade convergente estatisticamente equivalentes. Para a avaliação e identificação das estratégias de disseminação de conhecimentos e populações-alvo das campanhas sobre HIV do Ministério da Saúde realizamos uma revisão de escopo nas bases de dados MEDLINE, LILACS e Scopus, seguindo as recomendações do guia internacional PRISMA-ScR. Resultados: 28% dos participantes da amostra de 2019 demonstraram um elevado nível de conhecimento sobre o HIV. A precisão percebida do slogan I=I correlacionou-se significativamente com o conhecimento sobre o HIV. Os participantes mais jovens, com rendimentos mais baixos ou menor escolaridade, ou que nunca realizaram o teste de HIV apresentaram menores níveis de conhecimentos. Na amostra de 2020, os participantes de idade mais jovem, de raça negra, parda ou indígena, de menor escolaridade e renda tiveram menor pontuação nas escalas. Participantes que nunca testaram para o HIV obtiveram pontuações mais baixa, enquanto aqueles que utilizam a PrEP obtiveram pontuações mais elevadas. Pelo método OTA, obtivemos formulários de 9 itens tão confiáveis quanto o formulário completo de 12 itens (HIV-KA). Conclusões: Nossos resultados são consistentes com os publicados anteriormente. As versões curtas reduzidas pelo método OTA tendem a ser mais úteis para avaliar o conhecimento sobre o HIV em populações de minorias sexuais e de gênero, reduzindo o tempo de aplicação dos questionários, ampliando a taxa de repostas e participação entre os jovens e pessoas com menor escolaridade e renda. De modo geral, as publicações incluídas na revisão de escopo destacam que as campanhas do Ministério da Saúde se concentram em abordagens direcionadas para recursos no âmbito individual (preservativo e testagem) com pouca ênfase nas populações-chave e minorias sexuais e de gênero, representando mais uma barreira para o fim da epidemia do HIV.
Abstract
Introduction: In theoretical models of health behavior, knowledge about disease transmission and self-protective behaviors are conceptualized as important drivers of behavior change. Several studies conducted in Brazil point to an unfortunate convergence of sexual and gender minorities with low levels of knowledge about HIV and younger age, lower education, involvement in higher risk sexual behaviors and never having tested for HIV. Considering that the Ministry of Health's HIV campaigns represent the officially disseminated information about HIV in Brazil, research on social and programmatic aspects of HIV prevention points to a lack of production and local circulation of informative materials on prevention strategies more recently incorporated for the general population and groups most vulnerable to HIV. Less attention to educational strategies is attributed, in part, to the lack of visibility of the epidemic on the public agenda and responses more focused on biomedical technologies. The lack of dissemination of these resources marks a significant obstacle to their access, especially by key populations, notably sexual and gender minorities. Our general objective was to study the level of knowledge about the transmission, prevention and treatment of HIV/AIDS in Brazil and what is reported about HIV/AIDS in campaigns launched by the Ministry of Health. Methods: Two convenience samples of brazilian adults were recruited in 2019 and 2020 to respond to an online survey through advertisements on social media applications. The survey instrument included items on sociodemographic information, previous HIV tests and HIV test results, pre-exposure prophylaxis (PrEP) and antiretroviral treatment use, sexual behavior. We used 3 measures of knowledge about HIV: HIV-KA 12 (Guimarães et al., 2019); 5-item HIV Knowledge Questionnaire proposed by UNAIDS/WHO (2005) (version translated by MS, 2011) and the HIV-KQ-18 (Carey and Schroder, 2002). We also assessed the correlation of knowledge about HIV with the perceived accuracy of the I=I slogan. We used exploratory factor analysis and confirmatory factor analysis to evaluate the factor structure of HIV-KA. We used the Optimal Test Assembly (OTA) method to develop short forms from the HIV-KA and evaluated them based on prespecified reliability, concurrent validity, and statistically equivalent convergent validity criteria. To evaluate and identify knowledge dissemination strategies and target populations for the Ministry of Health's HIV campaigns, we carried out a scoping review of the MEDLINE, LILACS and Scopus databases, following the recommendations of the international PRISMA-ScR guide. 8 articles were selected for the review. Results: 28% of participants in the 2019 sample demonstrated a high level of knowledge about HIV. The perceived accuracy of the I=I slogan significantly correlated with HIV knowledge. Younger participants, with lower income or less education, or who had never been tested for HIV had lower levels of knowledge. In the 2020 sample, participants who were younger, were black, mixed-race or indigenous, and had lower education and income had lower scores on the scales. Participants who had never tested for HIV had lower scores, while those using PrEP had higher scores. Using the OTA method, we obtained 9-item forms that were as reliable as the complete 12- item form (HIV-KA) used as a reference. Conclusions: Our results regarding knowledge about HIV are consistent with previously published results. The short versions reduced by the OTA method tend to be more useful for assessing knowledge about HIV in populations of sexual and gender minorities, reducing the time it takes to apply the questionnaires, increasing the response rate and participation among young people and people with lower education and income. In general, the publications included in the scoping review highlight that the Ministry of Health campaigns focus on approaches aimed at resources at the individual level (condoms and testing) with little emphasis on key populations and sexual minorities and gender, representing yet another barrier to ending the HIV epidemic.
DeCS
HIVConhecimento
Campanhas de Saúde
Minorias Sexuais e de Gênero
Análise Fatorial
Knowledge
Health Campaigns
Sexual and Gender Minorities
Infecções por HIV
Share