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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/64277
AVALIAÇÃO E REABILITAÇÃO DAS DISFAGIAS OROFARÍNGEAS PÓS-INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL E/OU TRAQUEOSTOMIA NA COVID-19
Seara, Mariana Vidal | Date Issued:
2022
Author
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: A COVID-19 é uma doença que se alastrou por todo o mundo, fazendo com que se tornasse rapidamente uma pandemia. Possui sintomatologia parecida com o resfriado comum, com sintomas como fadiga, febre, mialgia, cefaléia, tosse entre outros, mas possui características específicas, como perda do olfato e paladar. A forma grave da doença é marcada por um desconforto respiratório súbito, podendo progredir até falência dos órgãos. O sistema respiratório, quando afetado pela doença, pode levar a quadros clínicos mais graves que necessitem de intubação orotraqueal (IOT) e traqueostomia (TQT). A deglutição é um processo fisiológico que necessita de uma ordenação sistemática transferindo o conteúdo ingerido da boca ao estômago. Qualquer alteração neste transporte é denominada disfagia, e o fonoaudiólogo é o profissional habilitado para reabilitar disfunções desta ordem. Os pacientes com este sintoma decorrente da IOT e TQT, necessitam de avaliação e reabilitação fonoaudiológica. Objetivo: Avaliar e reabilitar disfagias orofaríngeas pós intubação orotraqueal no paciente com COVID-19. Métodos Estudo prospectivo longitudinal intervencional em pacientes pós COVID-19 com queixa de disfagia atendidos no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ), Hospital Copa Star ou domicílio do paciente. Os pacientes foram submetidos a anamnese e avaliação fonoaudiológica composta de avaliação estrutural da deglutição, avaliação funcional da deglutição, Escala Funcional de Ingestão por Via Oral (FOIS), Escala de deglutição de DOSS(DOSS ), Iniciativa Internacional de Padronização de dietas para disfagia (IDDSI), Eating Assesment Tool (EAT-10). Foram coletados dados sócio-demográficos, clínicos, laboratoriais e das avaliações de disfagia Os dados foram analisados no Statistical Package for Social Sciences para Windows versão 16.0. Este projeto foi aprovado pelo CEP/INI-FIOCRUZ, pelo parecer de número 4.711.203. Resultados: Foram avaliados 17 pacientes, com idade de 20 a 78 anos (mediana= 57 anos), sendo 9 (52,9%) mulheres. Durante a COVID-19, todos apresentaram alteração de olfato e paladar, 16 (94,1%) febre, 16 (94,1%) tosse e 15 (88,2%) falta de ar. Treze (76,5%) foram submetidos a intubação orotraqueal com duração média de 14 dias e 10 (58,8%) foram submetidos a traqueostomia, com duração mediana de 57 dias. Na avaliação fonoaudiológica, 15 (88,2%) apresentavam disfonia e 13 (76,5%) odinofagia. Na avaliação pré-terapia fonoaudiológica, todos apresentavam alterações no IDDSI, 16 (94,1%) no DOSS, 15 (88,2%) na FOIS e 12 (70,6%) no EAT-10. Em relação a TQT, dos 10 pacientes que realizaram o procedimento, 4 (40%) ainda apresentavam alterações de deglutição pós terapia fonoaudiológica. Foram observadas associações significativas de TOT e odinofagia com a Escala FOIS pré terapia fonoaudiológica e entre TOT, odinofagia, TQT e disfonia com a escala EAT -10. Além disso, observamos melhora significativa na comparação entre as alterações das avaliações fonoaudiológicas de disfagia pré e pós terapia fonoaudiológica nos 16 pacientes. Conslusões: Alterações em faringe, laringe ou traqueia, durante a COVID-19 foram associadas a alterações nos protocolos estudados indicando disfagia no paciente pós-COVID-19, seja na fase inicial da doença com consequente odinofagia ou disfonia, seja numa fase mais tardia da doença decorrente a IOT ou TQT. A reabilitação fonoaudiológica nesse estudo, se mostrou necessária e eficaz na melhora do quadro de disfagia pós COVID-19
Abstract
Introduction: COVID-19 is a disease that has spread all over the world, quickly becoming a pandemic. It has symptoms similar to the common flu, with symptoms such as fatigue, fever, myalgia, headache, cough, among others, but has specific characteristics, such as loss of smell and taste. The severe form of the disease is marked by sudden respiratory distress, which may progress to organ failure. The respiratory system, when affected by the disease, can lead to more severe clinical conditions that require orotracheal intubation (OTI) and tracheostomy (TCHT). Swallowing is a physiological process that requires a systematic order transferring the ingested content from the mouth to the stomach. Any alteration in this transport is called dysphagia, and the speech therapist is the qualified professional to rehabilitate dysfunctions of this order. Patients with this symptom resulting from OTI and TCHT require speech therapy evaluation and rehabilitation. Objective: To evaluate and rehabilitate oropharyngeal dysphagia after OTI in patients with COVID-19. Methods: Prospective longitudinal interventional study in post-COVID-19 patients with complaints of dysphagia treated at National Institute of Infectology Evandro Chagas (INI-FIOCRUZ), Hospital Copa Star or at the patient's home. The patients were submitted to anamnesis and speech-language evaluation, consisting of structural evaluation of swallowing, functional evaluation of swallowing, Functional Oral Intake Scale (FOIS), O'NEIL Swallowing Scale (O'NEIL), International Initiative for the Standardization of dysphagia diets (IDDSI), Eating Assessment Tool (EAT-10). Socio-demographic, clinical, laboratory and dysphagia assessment data were collected Data were analyzed using the Statistical Package for Social Sciences for Windows version 16.0. This project was approved by CEP/INI-FIOCRUZ, by number 4,711,203. Results: We evaluated 17 patients, aged between 20 and 78 years (median= 57 years), 9 (52.9%) women. During COVID-19, all had changes in smell and taste, 16 (94.1%) had fever, 16 (94.1%) had cough and 15 (88.2%) had shortness of breath. Thirteen (76.5%) underwent OTI with an average duration of 14 days and 10 (58.8%) underwent tracheostomy, with a median duration of 57 days. In the speech-language evaluation, 15 (88.2%) had dysphonia and 13 (76.5%) had odynophagia. In the pre-speech therapy assessment, all had alterations in the IDDSI, 16 (94.1%) in the O`NEIL, 15 (88.2%) in the FOIS and 12 (70.6%) in the EAT-10. Regarding tracheostomy, of the 10 patients who underwent the procedure, 4 (40%) still had swallowing disorders after speech therapy. Significant associations were observed between OTI and odynophagia with the FOIS Scale before speech therapy and between OTI, odynophagia, TCHT and dysphonia with the EAT -10 scale. In addition, we observed a significant improvement in the comparison between changes in speech-language pathology assessments of dysphagia before and after speech-language therapy in the 16 patients. Conclusions: Changes in the pharynx, larynx or trachea during COVID-19 were associated with changes in the protocols studied, indicating dysphagia in post-COVID-19 patients, either in the initial phase of the disease with consequent odynophagia or dysphonia, or in a later phase of illness due to OTI or TCHT. Speech-language rehabilitation in this study proved to be necessary and effective in improving post-COVID-19 dysphagia
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