Avaliação físico-química e toxicológica em Zebrafish de corantes artificiais alimentares fotodegradados

Abstract

A mudança nos hábitos alimentares e a substituição no consumo de alimentos in natura por industrializados tem crescido significativamente. Esta substituição acarretou um aumento considerável na ingestão de diferentes aditivos químicos alimentares e é principalmente observada e estudada nas faixas etárias mais novas, se tornando um fato preocupante pela ocorrência de efeitos adversos, quando o consumo excede a respectiva ingestão diária aceitável (IDA). O presente estudo verificou os corantes sintéticos mais utilizados em alimentos industrializados através da revisão bibliográfica em bases de dados científicos, os quais são comercializados em estabelecimentos da cidade do Rio de Janeiro, e também avaliou a toxicidade desses utilizando Zebrafish (D. rerio) como metodologia de análise toxicológica. Caracteriza-se como estudo quantitativo, que incluiu a identificação dos corantes sintéticos alimentares mais utilizados na categoria de bebidas industrializadas; análises através de métodos cromatográficos para a identificação e a determinação de seus teores, os quais foram utilizados no controle dessas substâncias, considerando os limites estabelecidos pelas resoluções vigentes; a avaliação de seu comportamento fotoquímico; e por fim a realização do estudo da toxicidade aguda desses compostos, através da avaliação da atividade por meio de ensaio in vitro em organismos não-alvo (FET). Foram selecionados 6 corantes mais utilizados em bebidas não alcoólicas, e dentre os produtos da categoria, o refrigerante sabor uva foi a amostra selecionada. Após as análises dos perfis cromatográficos, foi possível verificar que os teores dos corantes estão mil vezes abaixo do limite permitido pela legislação vigente, entretanto a avaliação toxicológica antes e após o processo de fotodegradação demonstrou efeitos teratogênicos como atraso no desenvolvimento, reserva vitelina e bexiga natatória não inflada causadas por quantidades abaixo ou no limite máximo permitido pela legislação parra esses compostos. Os resultados sinalizam a necessidade de mais estudos analíticos qualitativos, quantitativos e toxicológicos, visando a constante atualização dos limites máximos permitidos nos produtos, objetivando garantir a segurança alimentar da população.